quinta-feira, 31 de março de 2011

MANIFESTO FORA BOLSONARO‏

RACISMO, HOMOFÔBIA E XENOFÔBIA NÃO!

FORA JAIR BOLSONARO!!!

É inadmissível que ainda hoje as pessoas se manifestem contra a Igualdade entre todos os Povos, contra a Orientação Sexual dos indivíduos, contra a Pratica Religiosa e Manifestação de Fé das pessoas, esses entre tantos outros pontos que se baseiam os Racistas para discriminar, perseguir, humilhar e agredir outros seres humanos.

Muito pior ainda é quando esse detrator estar investido do mandato popular para legislar em nome do povo, que com certeza em sua maioria não o fez compartilhando de suas idéias RACISTAS, HOMOFÓBICAS e PRECONCEITUOSAS, pois se em sua campanha esse perfil fosse externado com certeza não obteria o êxito eleitora.

Não, mas é possível ver as pessoas serem agredidas moralmente e isso ficar por isso mesmo, pois é o direito do parlamentar “emitir opinião” sem o devido cerceamento, porém o que vem sendo feito pelo Deputado federal JAIR BOLSONARO não é uma simples emissão de opinião, mas um verdadeiro ataque a moral da MULHER NEGRA e todo Povo Afro descendente e a toda comunidade LGBT.

Essa ação não pode de maneira alguma passar em desapercebido, é imperioso que as autoridades tomem posição enérgica de garantia dos direitos da população, sob o risco da impunidade passar o perigoso sinal de se estar liberado o RACISMO, A XENOFÔBIA E A HOMOFÔBIA em nosso país.

Não serão pedidos de desculpas ou justificativas que jamais justificarão o injustificável, pois as palavras são audíveis e visíveis sem a menor sombra de dúvidas. Somente a cassação do mandato dessa pessoa tão torpe pode encerrar de forma aceitável esse episódio.

LUIZ EDUARDO OLIVEIRA – NEGROGUN

Presidente da SRMN-PDT/RJ
Coordenador de Religiosidade da UNEGRO-RJ

terça-feira, 29 de março de 2011

Fala tu!!! Bernardo Cotrim

"Alencar sustentou posições nacionalistas e foi um grande aliado do projeto do PT." twittou o compa @bernardocotrim.

Brasil de luto: faleceu José de Alencar


O ex vice-presidente da República, José Alencar morreu.


Nesta quarta-feira, no início da tarde o José Alencar teve que ser submetido a uma cirurgia de emergência por estar com uma hemorragia no sistema digestivo. Os médicos identificaram que diveros tecidos da região estão fibrosados e alguns necrosados, por isso não tiveram meios de realizar a cirurgia até o fim. Pouco tempo depois os médicos fecharam o corpo de José Alencar e passaram a tratá-lo com medicamentos para tentar conter a hemorragia, mas o tratamento não surgiu o efeito esperado. Com esta, foi a 17ª cirurgia realizada pelo vice-presidente. Ainda não se sabem as datas de velório e em que cemitério será feito o enterro.


domingo, 27 de março de 2011

"Muito prazer, mulheres do PT" - Parte 04

Fala tu!!! Paulo Teixeira!!!

"@hugovilela Queremos envolver o PT nacional e toda a sociedade", disse o líder do PT na Câmara no twitter, após eu ter questionado a forma como o PT deve sustentar a reforma política (através da imensa base social que o partido possui). E ainda me indicou esse artigo.

Fico feliz companheiro!!! Para tornar a reforma democrática é preciso iprovocar a participação da sociedade brasileira como um todo.

Nota do PT sobre a intervenção militar estrangeira na Líbia


Ufaaaaaaaa!!!

Demorou mas saiu!!!

Twittei muito via DM essa última semana para alguns compas do Diretório Nacional, solicitando que o partido fizesse um documento condenando a ação militar da escrotíssima ONU na Líbia.

Como um partido aberto, democrático e de massas; que defende a soberania nacional e a libertação dos povos o PT não poderia se ausentar desse momento complicado vivido no norte da África.

Aproveito também pra deixar aqui a minha solidariedade com o povo líbio.



Nota do Diretório Nacional do PT

O Partido dos Trabalhadores manifesta seu repúdio e condenação aos ataques militares estrangeiros que estão sendo perpretados contra o território líbio, considerando-os uma verdadeira afronta aos princípios da soberania nacional e da autodeterminação dos povos.

Tais ataques, supostamente respaldados pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU - que não contou com o apoio do Brasil, só poderão resultar em mais perdas de vidas e mais destruição naquele Estado.

A garantia dos Direitos Humanos é fundamental, mas não pode servir de pretexto para o uso da força militar e para ações intervencionistas, que tendem a tornar ainda mais penosas as condições de vida das populações locais.

O PT soma-se assim aos que exigem a interrupção imediata da intervenção armada na Líbia, e reitera seu apoio às iniciativas que visam construir uma saída política pacífica e negociada para o conflito ali instalado.

O PT expressa ainda sua solidariedade ao povo líbio, convicto de que somente a ele deve caber o direito de decidir autonomamente sobre o futuro político daquele país.


Rui Falcão
Presidente Nacional (em exercício) do PT

Iole Ilíada
Secretária de Relações Internacionais do PT

segunda-feira, 21 de março de 2011

A favor do voto em lista - por José Dirceu


Texto publicado no jornal O Estado de S.Paulo , edição de 20/03/2011

O ex-secretário-geral da Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso Eduardo Graeff publicou nas páginas deste O Estado de S. Paulo o artigo Contra o voto em lista (23/2, A2), cujo objetivo se observa no título, mas que tem como resultado revelar a verdadeira face da oposição hoje no Brasil: a falta de um projeto alternativo de país. Ao atacar o modelo de lista fechada, o tucano atinge as próprias fraquezas de seu partido. Nas linhas do texto, fica evidente que a oposição é um aglomerado sem propostas e despida de base social sólida a que representar. Está, enfim, à deriva.

A fragilidade do fio condutor das críticas ao voto em lista é tão grande que colabora para soterrar as ponderações mais razoáveis. Afinal, sustentar que esse modelo não pode ser aprovado porque favoreceria o Partido dos Trabalhadores (PT) é recorrer a um não argumento, que, de resto, esquece que o PT já vem crescendo há duas décadas, ampliando suas representações, seu volume de votos e número de governantes eleitos. E isso ocorre não porque o modelo favorece, mas, essencialmente, porque o PT tem propostas amplamente discutidas dentro do partido e com a sociedade e possui elevada capacidade de comunicação e mobilização. A relação do PT com a sociedade é especial, de diálogo permanente, daí os resultados nas urnas.

Justificar que o voto em lista causaria confusão entre partidos e eleitores, desacostumados ao sistema, significa, na verdade, defender o modelo atual, pois todas as demais mudanças deixariam os eleitores confusos. Trata-se de argumento que ofende a inteligência do cidadão e minimiza o papel dos meios de comunicação na difusão das informações. Além disso, o voto distrital misto, defendido por José Serra nas eleições, é mais complexo do que o voto em lista.

Na verdade, a preocupação com a reforma política não se deveria voltar para um cálculo hipotético sobre quais forças se beneficiam desta ou daquela proposta, pois o resultado já é conhecido: a reforma não é aprovada. O que deve nortear o debate é que sentido - ou quais sentidos - deve ter o sistema político-partidário e eleitoral do Brasil nas próximas décadas. Queremos um modelo pautado na figura do candidato ou que valorize os programas dos partidos? Que dimensão o voto deve assumir com vista a aproximar o eleitor do partido? Como adotar mecanismos capazes de limitar o espaço que o poder econômico tem hoje nos resultados eleitorais? Essas são algumas das reais questões que temos de enfrentar na discussão da reforma política.

É preciso incutir no debate a perspectiva de que todos os modelos têm prós e contras, ou seja, as mudanças a serem realizadas poderão dirimir as falhas do nosso atual sistema na medida em que apontarem para os mesmos sentidos. Se a preocupação é com a criação de espaços de estrangulamento da pluralidade da representação política, há meios de se evitarem tais efeitos colaterais. O que não se pode admitir é que o Brasil caminhe para um modelo em que se amplia a importância das personalidades em detrimento dos programas políticos. Essa é uma tendência que precisa ser combatida.

O voto em lista prevê que o eleitor escolha as melhores propostas, votando nos partidos - e não nas pessoas. Ao contrário do que se tenta transformar em verdade, para vetar previamente a ideia, há mais de um jeito de fazer a composição dessa lista: pode ser exclusivamente da direção do partido; pode ser da direção, atendendo à proporcionalidade de votações dos militantes; pode ser resultado de votações nominais dentro do partido. É importante, enfim, que esse processo seja acompanhado e fiscalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O consenso sobre como será a mecânica ainda está por se fazer, em processo que passa por amplo debate com a sociedade e no Congresso Nacional.

Mas a principal vantagem do voto em lista é, sem dúvida, pôr em debate na sociedade os projetos que os partidos representam. O cerne da disputa são os projetos, as concepções de condução da coisa pública e os rumos que queremos para o futuro. No fundo, é isso que está em jogo numa eleição, não a pessoa do candidato. E devemos valorizar isso no novo sistema eleitoral. A variante do voto distrital misto acaba por conferir menos espaço aos programas partidários do que o voto em lista, e o voto distrital puro - ou ideias como o "distritão" - fere os princípios da proporcionalidade e da soberania do voto, que conferem maior liberdade ao cidadão para votar e escolher seus representantes.

Além desse, os outros pontos essenciais da reforma que atendem aos mesmos objetivos do voto em lista são: o fim da coligação proporcional, a instituição para valer da cláusula de desempenho e, especialmente, a fidelidade partidária e o financiamento público das campanhas. São questões que ainda carecem de debate, e a sociedade tem de se apoderar desses temas para indicar os caminhos das mudanças. O desejável é que os partidos se articulem e funcionem como irradiadores de informação e centros de discussão.

Felizmente, há integrantes da oposição que estão interessados em discutir o que é melhor para o eleitor e para o País. O grau de avanço do texto da reforma passa pelo tamanho da participação dos atores políticos do campo governista e de oposição. Para mim, parece claro que a nossa direção deve ser a de um sistema que estimule um debate eleitoral de melhor nível, de viés programático, não personalista, que fortaleça os partidos como instituições representativas e que impeça a predominância do poder econômico.

Não há porquê temer os avanços democráticos. Esse é o motivo de haver ncessidade da reforma política.

José Dirceu é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT.

sábado, 19 de março de 2011

O machismo que mata e destroi todos os dias

Raquel Viana*
Já são muitos anos de luta pelo fim da violência contra as mulheres no Brasil e no mundo. No final dos anos 70, movimentos de mulheres e feministas já realizavam esforços para tirar o problema da invisibilidade e torná-lo uma questão da esfera pública. A luta não cessou.

Entre avanços e recuos, ela se ampliou, sensibilizou outros setores, conquistou aliados. Mas ainda é necessária, pois, se é impossível não reconhecer os avanços obtidos com uma maior conscientização das mulheres, com as políticas publicas implementadas, em especial, pelo governo do presidente Lula – como a Lei Maria da Penha –, é preciso reconhecer que há um longo caminho a trilhar.

Ainda é forte a naturalização dessa violência. Parece natural que mulheres tenham suas vidas interrompidas, que sejam desqualificadas e tratadas como mercadorias, que sejam impedidas de realizar sonhos, seja de estudar, de trabalhar, de ser dona do próprio destino, assim como o fato de muitas mulheres violentadas sexualmente sejam obrigadas a seguir com uma gravidez que não desejaram, porque poucos se importam com a defesa de suas vidas.

Não foi à toa que, em 2010, o tema escolhido pela Prefeitura de Fortaleza para a campanha de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher tenha sido Violência contra a mulher: isso não é natural. Devemos desconstruir essa ideia da naturalização da violência. É preciso reforçar que ela é fruto de relações desiguais entre homens e mulheres.

E é lamentável ver o machismo continuar a matar todos os dias. Milhares de mulheres são brutalmente assassinadas no Brasil. No Ceará, foram 153 somente em 2010, segundo a Delegacia de Defesa da Mulher. Avançam em números e na crueldade com a qual são praticados, como das duas vítimas estupradas, assassinadas e jogadas literalmente no lixo, ou da mulher, grávida de cinco meses, assassinada por seu ex-marido. Mesmo quando os crimes têm como causa o tráfico de drogas, o componente da violência sexista está presente, através da violência sexual. Será que isso nos diz alguma coisa?

O machismo, as relações desiguais e a opressão, combinados à impunidade, são fatores importantes para entender a problemática da violência sexista. É preciso que a sociedade se debruce mais sobre o tema. Necessário se faz efetivar a Lei Maria da Penha na sua integralidade, bem como ampliar cada vez mais as políticas públicas.

Mas é importante que se diga: as mulheres estão reagindo e continuam protagonizando esta luta, a exemplo da Rede de Mulheres pelo Fim da Violência, apoiada pela Coordenadoria de Políticas para Mulheres, que articula uma ação de conscientização de outras mulheres, de socialização de informações sobre direitos e serviços. Tudo isso aliado aos esforços dos demais setores da sociedade é instrumento para vencer a luta contra a violência sexista.

*Raquel Viana é secretária municipal de políticas para as mulheres da Prefeitura de Fortaleza.

Matéria retirada do site da DS

"Muito prazer, mulheres do PT" - Parte 03

O Brasil após a expansão das politicas de ações afirmativas:

Por Clédisson Júnior
O acesso a educação assim como a valorização da cultura negra e o combate a discriminação étnico-racial constituem os principais eixos organizadores das pautas reivindicatórias do movimento negro brasileiro,compreendendo a educação formal como um elemento instrumental na busca por neutralizar os efeitos nocivos da escravidão e no reposicionamento da população negra na hierarquia social.

Passados 10 anos da pioneira experiencia que se promoveu por meio de lei, a reserva de vagas para estudantes afrodescendentes (lei 3.708/01) no ensino universitário, hoje já contamos com um numero superior a 80 universidades publicas que já adotam algum programa com este proposito e este índice cada vez mais vem sendo ampliado.

O processo de expansão das politicas de ações afirmativas para acesso da população afrodescendente no ensino superior é fruto de uma intensa disputa travada no campo ideológico e do direito, a qual os partidários contrários ao sistema de cotas sustentam que a dinâmica da desigualdade no Brasil é explicada pela baixo posicionamento da população negra na base da hierarquia socioeconômica em detrimento ao pertencimento étnico-racial, entendimento este defendido por setores conservadores e atrasados da nossa sociedade.

Por outro lado defensores do sistema de cotas, o compreendem como um instrumento tático na recondução do debate sobre a existência do racismo em nosso país e estratégico no sentido de empoderar negros e negras ao inclui-los nos espaços de formação da elite intelectual e dirigente, tal qual é compreendida a universidade brasileira, derrubando de vez a farsa da democracia racial.

Desafios

Mesmo hoje sendo uma realidade, as politicas de reserva de vagas vem sofrendo constantes ataques de seus detratores que atribuem o acesso da população negra aos bancos universitários a perda de significativos privilégios somente a “eles” deferidos, posicionando os movimentos sociais progressistas em estado de alerta permanente.

Muitos são os desafios a serem superados na busca pela eliminação do caráter discriminatório da sociedade brasileira e a universidade cumpre um importante papel nesta disputa, destacando a sub-representação da população negra nos quadros discentes haja visto que hoje os afrodescendentes representam cerca de 51% do total da população do nosso país, a construção de novas matrizes epistemológicas que confrontam perspectivas colonizadas na produção do conhecimento cientifico e politicas publicas que permitam aos estudantes cotistas construírem uma trajetória sustentável até a conclusão de seus cursos.

Novas Perspectivas

Historicamente a juventude vem sendo tratada como uma fase conturbada no processo de transição a vida adulta e constantemente atrelada a problemas de sociabilização.

Contudo hoje vivenciamos significativos avanços no campo das politicas publicas para a juventude (PPJ's) visando estabelecer novos parâmetros nas relações do poder publico com as mesmas, onde aberturas democráticas que permitam participação no processo de formulação, implementação e controle social destas politicas tem reconfigurado os tratamento destinados aos jovens.

As politicas publicas de juventude tem a importante tarefa de manter um profícuo dialogo com as politicas educacionais visando promover o aprofundamento dos direitos dos(as) jovens que vive em situação de vulnerabilidade com destaque especial para a juventude negra.

Mesmo com a universalização do ensino fundamental e com o crescente investimento no ensino médio, a juventude negra, em função dos limites estruturais impostos pela sociedade sustentam menores índices de escolaridade em relação a juventude branca, sendo quena maioria das vezes acaba por abandonar os estudos para se inserir no mundo do trabalho e mesmo para aqueles(as) que conseguem lograr sucesso nesta etapa da escolarização, quando chegam ao ensino superior ainda encontram enormes desafios.

As politicas de reserva de vagas para afrodescendentes nas universidades devem vir acompanhadas de programas de permanência que permitam aos estudantes cotistas o pleno exercício da vida acadêmica e em contrapartida devera estar concatenada com politicas publicas que permitam a estes mesmos jovens ter uma existência sustentável fora dos muros universitários.

A insuficiência nas verbas para assistência estudantil não cobre toda demanda a que se destina,fazendo com que os estudantes tenham que buscar formas de se sustentarem para completar a sua formação a qual na maioria das casos os desfechos são o abandono da vaga duramente conquistada.

Politicas publicas que dialogam com demandas reais da juventude negra como o meio passe escolar, a construção de restaurantes populares e universitários, ousado investimento em bolsas permanência, creches,reforma urbana, reorientação no tratamento dado a juventude negra pelo aparato de segurança publica e o adiamento da entrada no mundo do trabalho garantido pelo estado, são perspectivas concretas de que estarão sendo ofertadas as condições objetivas para a nossa juventude vivenciar de fato a dignidade que nos é de direito.

Contudo para que tenhamos sucesso nessa busca, é muito importante que as mesmas instituições de ensino superior que ousaram implantar reservas de vagas para afrodescendentes, façam um criterioso processo de avaliação e que apontados os limites possamos todos juntos poder publico e sociedade civil contribuir na busca de sua superação.


Clédisson Júnior é diretor de Combate ao Racismo da UNE, membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial / PR e do Coletivo Nacional Enegrecer.

quarta-feira, 16 de março de 2011

"Muito prazer, mulheres do PT" - Parte 02

Lideranças do PT fecham posição sobre Reforma Política

Os líderes do PT na Câmara e no Senado, deputado Paulo Teixeira (SP) e senador Humberto Costa (PE), respectivamente, definiram em reunião na noite desta terça-feira (15) que o PT irá defender, tanto na Câmara quanto no Senado, as deliberações sobre a reforma política aprovadas no 3º Congresso Nacional do PT, em 2007.

Entre as propostas estão o financiamento público e exclusivo de campanha; o voto em lista pré-ordenada; a fidelidade partidária e o fim das coligações proporcionais com a adoção das federações partidárias.

Também presentes à reunião no Senado, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda e o Secretário-Geral do PT Nacional, Elói Pietá, além de representantes das comissões da reforma política da Câmara e do Senado. Todos concordaram com o rumo que será adotado pelo partido no debate da reforma política já instalado na Câmara e no Senado.

Entre outras propostas, ficou acertado que o PT irá buscar o apoio da sociedade civil organizada sobre essas questões. Para o líder Paulo Teixeira, “o PT deverá fazer uma interlocução com os movimentos sociais e as entidades da sociedade civil organizada, além de outros partidos políticos, para viabilizar a reforma do sistema político brasileiro.

Matéria retirada do blog do Tiaguinho - 1º Vice Presidente da UNE.

Carioca - Chico Buarque



No sábado após voltar de um Seminário realizado pelo PT, estava passeando pelo cais Santa Luzia, no centro de Angra, e tocava a canção Carioca do nosso eterno ídolo Chico Buarqe; quando então comecei a cantarolar!!! No mesmo local haviam muitos turistas estrangeiros e pude notar um desses cuxixando no ouvido da esposa: "That's a wonderful song from Chico Buarque".
E ele tem razão...

terça-feira, 15 de março de 2011

"Muito prazer, mulheres do PT" - Parte 01



O portal da TVPT no youtube preparou um especial, em 7 capítulos, sobre a história da luta o feminismo no Brasil e a construção de uma nova lógica ideológica antimachista dentro dos partidos políticos; onde o PT despontou inicialmente pela organização das mulheres. Essa semana estarei postando todos os capítulos do especial da TVPT.
Quero dedicar essas postagens as milhares de mulheres que lutaram e ainda ajudam na construção de uma sociedade sem opressão do machismo, e todas as outras formas de discriminação e preconceito.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Reforma política para ampliar a democracia


Por Paulo Teixeira

A Câmara acaba de instalar uma comissão especial para tratar da reforma política. A iniciativa coincide com um momento em que cresce a consciência da necessidade de um revigoramento de nosso sistema político e eleitoral.

O Brasil tem uma democracia representativa de massas, mas o sistema pode ser aperfeiçoado, com medidas que reduzam os custos das campanhas e deem sentido programático às disputas.


A crescente preponderância do poder econômico nos processos eleitorais tem provocado profundas distorções nas instituições legislativas e executivas. Amplos setores da sociedade são alijados das disputas eleitorais, em função dos altos custos das campanhas. Tal fato é facilmente observável nas disputas por cargos executivos em todos os níveis e, principalmente, nas eleições proporcionais.

A interferência do grande capital privado nas eleições é uma das principais fontes das crises políticas que vivemos nos últimos tempos. O uso de caixa dois e favorecimentos a candidatos ligados ao capital resultam em aumento do tráfico de influência e da corrupção no âmbito da administração pública.

O financiamento público vai explicitar os custos do sistema político, não os transferindo para o Estado, via contratos. O único compromisso da pessoa eleita, seja em que esfera for, será com o eleitor. Financiamento público pode não ser perfeito, mas ajudará a limitar as fraudes e facilitará a fiscalização.

O sistema de votação atual é uninominal, em que um eleitor vota num candidato, sem ter em vista a cultura programática. Isso enfraquece os partidos. Daí a necessidade do voto partidário, que vai fortalecer os partidos e permitir mais racionalidade ao debate eleitoral.

Garante-se, assim, mais nitidez partidária e programática, tirando o caráter personalista do sistema atual, em que candidatos apresentam propostas voluntaristas, clientelistas, ilusórias.
Caberá aos partidos mudar o seu funcionamento, com garantia de democracia interna.
Precisamos rejeitar soluções mistificadoras, como as do voto distrital e do "distritão". Este quebra o pluralismo, a proporcionalidade, acentua a influência do poder econômico e exacerba o personalismo.

O voto distrital transforma o Congresso em espaço para assuntos paroquiais e permite que uma minoria social detenha a maioria parlamentar, eliminando o princípio "a cada eleitor, um voto", que preserva o caráter plural do Parlamento.

Necessitamos de estímulos à representação feminina e de negros nos três níveis de representação legislativa, além de mecanismos que aprofundem a participação da população na política, via plebiscitos e referendos, como nas democracias mais avançadas.

As mudanças que preconizamos fortalecem nossa democracia, dão mais transparência ao nosso sistema representativo e, sobretudo, asseguram mais agilidade e legitimidade nos mecanismos de expressão de toda a sociedade. Eis o desafio do Congresso Nacional.


Paulo Teixeira é deputado federal (PT-SP) e líder do PT na Câmara.

Fala Presidenta!!!


“As creches e pré-escolas são muito importantes na administração do tempo das mulheres, mas são, sobretudo, importantíssimas para a educação das crianças e para atacar a raiz das desigualdades sociais. Hoje, todo mundo sabe que as crianças de zero a cinco anos, que recebem atenção social e pedagógica, higiene e alimentação adequados, entram na vida escolar em condições muito melhores, daí o programa de creches.”


Parte da entrevista da presidenta Dilma Rousseff durante o programa semanal de rádio ‘Café com a Presidenta’, transmitido na manhã desta segunda-feira (14), onde anunciou a criação da ‘Rede Cegonha’ e a criação de 6.000 creches e pré-escolas - conforme prometeu na campanha eleitoral.

Após Bolsa Família e sindicalistas, Dilma prestigia movimento negro

Depois de anunciar o aumento no valor do Bolsa Família e de receber sindicalistas em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff prepara-se para prestigiar organizações do movimento negro. Ela deve participar, no dia 21, da entrega dos prêmios do Selo de Educação para a Igualdade Racial. Serão premiadas as 100 melhores experiências de escolas de ensino básico e secretarias municipais e estaduais de educação na área de combate ao preconceito étnico-racial. Na mesma ocasião, a presidenta deve lançar oficialmente, no País, o Ano Internacional para Afrodescendentes, instituído no ano passado pela ONU. A presença de Dilma está sendo anunciada pela Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que organiza o evento. A escolha do dia 21 de março se deve ao fato de a data marcar, no calendário da ONU, o Dia Internacional para a Eliminação da Desigualdade Racial. Também se comemora nesse dia a criação da Seppir, que está completando oito anos. A titular da secretaria, a ministra Luiza Barros, ainda deve aproveitar a data para anunciar suas principais metas de trabalho para este ano. Antes de chegar ao cargo atual, Luiza foi militante do Movimento Negro Unificado e chefiou, entre 2008 e 2010, no governo de Jaques Wagner (PT), a Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A culpa é das mulheres

Por Alessandra Terribili

Que o Jornal da Globo não deve ser referência para a construção de opinião de ninguém, isso já sabemos. Willian Waack e sua disposição extraordinária para o imperialismo e a direita, com frases de efeito e caras amarradas, são o testemunho principal de que se trata do telejornal mais posicionado politicamente na Rede Globo. Está à direita e não abre mão. Nem a cobertura do futebol escapa.

Ontem, mais uma demonstração disso. Para este artigo, vou me basear no texto disponível no sítio eletrônico do famigerado jornal, porque, obviamente, não decorei a matéria que vi na TV esta madrugada. Link: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/03/pesquisa-diz-que-mulheres-estao-insatisfeitas-com-seus-salarios.html

A chamada anunciava uma tal pesquisa que dizia que as mulheres não pedem aumento, ou pedem aumento menos que os homens. A relação imediata e automática feita pelo jornal foi exatamente essa: as mulheres ganham menos porque não pedem aumento!

Não sei quem fez a pesquisa, o texto no site não diz. Ela afirma que 44% das mulheres entrevistadas já pediram aumento, contra 48% dos homens. Oh, enorme diferença! Eis aí o motivo da histórica desigualdade salarial. Um número mais expressivo revelava que 28% das mulheres pensam em pedir promoção, contra 39% dos homens.

Simplismo e machismo
Independentemente de se ter ou não acesso a dados e a uma reflexão um pouco mais profunda que um pires, parece-me, no mínimo, estúpido atribuir a desigualdade salarial a quem tem mais ou menos coragem de pedir aumento. E pra fechar com chave de ouro, a reportagem apresentava uma gerente de marketing que confirmava o raciocínio a partir do qual a matéria foi organizada: “Eu acho que quem coloca limitação é a própria pessoa. O mercado, hoje, está aberto”, ela dizia, categórica.

A grande mídia adora usar as exceções que confirmam a regra para culpar o excluído ou excluída pela sua própria exclusão. Mas a reportagem e a edição deveriam ter pesquisado um pouquinho mais. Considerar quando e de que forma as mulheres acessaram o mercado de trabalho. Em quais condições. Em que espaços. Em que contexto econômico. Vamos lá, não é tão sofisticado assim. Seria o bom jornalismo.

Na década de 90, por exemplo, auge da globalização neoliberal, enquanto nos países do centro do capitalismo o emprego feminino se expandiu em atividades de jornada parcial, como medida de flexibilização; nos países da periferia, o emprego feminino cresceu como precário e vulnerável, o que acompanhou e acentuou a tendência de informalização e perda de direitos. Esses postos estavam, principalmente, no setor de comércio e serviços, mais instáveis e mal remunerados (vide “Por quem os sinos dobram?”, artigo de Helena Hirata disponível no sítio da SOF). Link: http://www.sof.org.br.

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal em seu relatório anual 2009/2010, o rendimento médio de homens empregados com carteira de trabalho assinada é de R$1.117,77; enquanto o das mulheres, na mesma posição, é de R$884,82. Entre trabalhadores domésticos sem carteira assinada, no caso dos homens, o rendimento médio é de R$408,96; e o das mulheres, R$301,12. Sabe-se muito bem que, nesta última situação, falamos de um mercado muito majoritariamente feminino.

E é por que elas não pedem aumento que essa situação se mantém?

Vejamos outros dados a serem cruzados com esses primeiros. De acordo com o mesmo relatório, 46% dos homens realizam afazeres domésticos. Entre as mulheres, esse número é de 88%. As mulheres gastam cerca de 25 horas semanais nesses afazeres, enquanto os homens gastam 10.

A taxa de atividade para os homens (proporção da população economicamente ativa em relação à população em idade ativa; considerando-se pessoas com 16 anos de idade ou mais) é de quase 82%. Para as mulheres, 58,5%. E quase 65% das mulheres empregadas estão na informalidade. Todos os dados são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Lé com cré

Será que esses dados simplesmente não se relacionam? E que finalmente o Jornal da Globo nos deu a razão de toda desigualdade e exploração: a timidez das mulheres para pedir aumento???

É de amplo conhecimento que os salários das mulheres são, em média, 75% do dos homens, ocupando mesma função. Não precisam se esforçar muito pra perceber que elas são a camada mais desprotegida da classe trabalhadora, porque ocupam os postos menos valorizados, em espaços de maior instabilidade, e porque estão majoritariamente em empregos informais, sem qualquer garantia de direito. Quando a mulher é negra, a situação fica ainda mais complicada. A exploração da mão-de-obra feminina precisa ser observada desde um prisma mais completo do que a reportagem simplista e machista propõe.

Este humilde artigo não pretende mostrar historicamente como o mercado de trabalho brasileiro se compôs. Recuperar a entrada das mulheres no mercado de trabalho ajuda a entender por que o salário é desigual. Olhar ao mundo ao redor e ver que o machismo ainda é dos seus pilares estruturantes também ajuda. A inserção subordinada no mercado de trabalho não será resolvida por ação individual de mulher nenhuma, nem por benevolência dos patrões. O combate à desigualdade tem que se dar por política pública e por ação organizada das mulheres, que afinal, sempre foi o que levou às conquistas e à transformação do mundo.
Alessandra Terribili, jornalista e mestranda em Ciência Política, é integrante da Secretaria Nacional de Mulheres do PT.

Fala tu Jacaré!!!


"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando os caçadores".
Cledisson 'Jacaré' Júnior citando um Provérbio Africano nas mensagens de rodapé que manda nos emails sobre o ENUNE.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Racismo durante Carnaval em Salvador

Na noite do sábado de Carnaval (05/03/2011), o cantor da banda Psirico, Márcio Victor, foi vítima de Racismo durante apresentação do grupo musical em Salvador. Ele acusa um homem de discriminação racial em frente ao Camarote do Reino. A alegação é que, em tom pejorativo, o homem o chamou de “preto” e “favelado”. Indignado, o cantor chegou a mandar o empresário colocar todo seu dinheiro em um local inapropriado.
O acusado em questão é Luiz Antonio de Souza Santos, dono da Paletizar Indústria e Comércio de Embalagem Ltda., empresa com sede na zona rural de Inhambupe, no nordeste baiano.
Márcio Victor prestou queixa na Delegacia e no Ministério Público.

Rebele-se contra o Racismo!!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Os desafios da Jornada de lutas da UNE: Por um Plano nacional de educação a serviço do Brasil

Por *Tiago Ventura


O processo eleitoral de 2010 foi um dos principais momentos políticos da história do povo brasileiro. A eleição de Dilma representou a terceira derrota consecutiva do neoliberalismo no país e ampliou a possibilidade da construção de uma nova hegemonia política e social.

A UNE agiu acertadamente ao definir, de forma inédita, apoio a candidatura Dilma no segundo turno. Os estudantes tiveram papel fundamental na politização da disputa eleitoral em curso e na derrota dos setores mais conservadores – grande mídia comercial, TFP (Tradição Família e Propriedade), capital financeiro e setores ligados ao regime militar no país – organizados a partir da candidatura de José Serra.

A vitória de Dilma também foi possível devido ao balanço positivo do governo Lula. Os dois mandatos do Presidente Lula devem ser encaradas como um período de interrupção da hegemonia neoliberal no país. Em especial, o segundo mandato e as respostas dadas ao processo de crise financeira, consolidaram saídas progressistas e anti-liberais, caminhando rumo a um projeto político baseado na soberania internacional, no desenvolvimento e no distribuição de renda.

A aprovação do projeto político do presidente Lula e a vitória nas eleições de 2010 representam o fortalecimento de um pensamento anti-liberal do povo brasileiro, contribuindo em uma conjuntura de disputa política mais favorável para os próximos anos. Neste contexto, os movimentos sociais tem o desafio de ampliar seu protagonismo social e atualizar suas lutas e tarefas diante das novas possibilidades abertas pela conjuntura atual.

A UNE tem sua história marcada pela contribuição aos principais temas que mobilizaram o nosso povo, como a resistência ao golpe militar ou o processo de redemocratização do país. Mas, somos responsáveis, sobretudo, por significar e sistematizar as principais formulações do povo brasileiro na política educacional.

Embuídos dos desafios colocados ao movimento social e do histórico da UNE, os estudantes brasileiros iniciaram o ano de 2010 com um amplo processo de mobilização. Convocamos durante o 13 CONEB da UNE, onde estiverem presente mais de 5 mil estudantes, uma Jornada de Lutas para o período de 21 a 25 de março de 2011 com o chamada “ A educação tem que ser 10 – Por um Plano Nacional de Educação à Serviço do Brasil”

A Jornada de lutas convocada pela entidade reafirma duas questões centrais: o papel da UNE em disputar a correlações de forças da sociedade brasileira e protagonizar nas ruas o processo político em curso no país; e aponta o tema educacional, sobretudo as discussões referentes ao Plano Nacional de Educação, como a principal contribuição da entidade à dinâmica transformadora em curso.

A mudança dos patamares de financiamento da educação está no centro da pauta das mobilizações estudantis. Reinvindicamos a bandeira histórica do movimento estudantil de investir 10% do PIB e 50% dos recursos oriundo do Fundo Social do Pré-sal em educação.

No entanto, nossas contribuições vão muito além deste tema, reafirmando a opinião, acumulada historicamente na entidade, de que o financiamento é apenas um passo na democratização da educação brasileira.

Por isso, estão na pauta também a aprovação das cotas raciais nas universidades, a ampliação do investimento em assistência estudantil, a regulamentação do setor privado, a ampliação do acesso à universidade atingindo patamares de 40% da juventude brasileira na universidade, sendo 60% destes no setor público e a democratização dos espaços universitários garantindo eleição direta para reitor e composição paritária dos conselhos universitários.

Tais bandeiras serão colocadas como emendas ao projeto de lei do Plano Nacional de Educação proposto pelo Governo Federal ao Congresso. Servindo também como elementos organizadores das mobilizações estudantis de março.

Mobilização estudantil, disputa da hegemonia nas universidades, unidade do movimento educacional brasileiro e atuação protagonista no Congresso Federal são ingredientes importante no sucesso político da Jornada de Lutas da UNE. E um grande passo rumo à vitórias dos estudantes na educação brasileira.

*Tiago Ventura é vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Fala tu!!! Emir Sader


"Quem não escreve na internet, em qualquer das suas modalidades, não + escreve aos jovens e aos setores + dinâmicos da sociedade."

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Formação Política: Balanço Preliminar e Perspectivas para 2011

Por Bernardo Cotrim*

Iniciamos, em 2010, o desafio de construir a I Jornada Nacional de Formação Política do PT no Rio de Janeiro, preparada desde o ano anterior pela Escola Nacional de Formação Política do partido. A meta nacional – organizar 10% dos filiados ao PT em âmbito nacional em atividades da jornada – traduzia-se no nosso estado em um objetivo nada modesto: dez mil petistas deveriam passar pelos cursos.

A paralização da agenda formativa por mais de dez anos no PT-RJ trouxe-nos vários problemas. Em primeiro lugar, inexiste uma cultura de participação em espaços não-deliberativos. Isso se traduz no senso comum expresso pela militância de estranhamento aos espaços “que não decidem nada”.

Em segundo lugar, o cenário de pulverização das correntes internas e aumento considerável de participação institucional do PT gerou um quadro de ausência de uma camada de dirigentes intermediários que pudessem se dedicar às tarefas de formação. Não foi possível, ainda, consolidar um coletivo permanente de formadores, coordenado pela secretaria de formação, responsável pela difusão dos conteúdos e monitoramento das atividades no estado.

Em terceiro lugar, é preciso dimensionar os impactos de fenômenos da sociedade brasileira no conjunto da militância do PT. Falamos frequentemente em crise da escola pública, mas não fazemos a ponte entre este aspecto e a formação média da nossa base social. O resultado disso é que sofremos constante pressão conservadora pelo impacto dos meios tradicionais de comunicação na formação da opinião média da militância.

Em quarto lugar, as dificuldades financeiras do nosso partido são um limitador de ação a priori. Um processo permanente de formação política exige investimento em comunicação, pessoal, realização de eventos. A boa vontade e a disposição militante são essenciais, mas a falta de dinheiro é um transtorno.

Sobre a Construção da Jornada

Iniciamos o planejamento em uma reunião com as secretarias municipais de formação, com o objetivo de responsabilizá-las pela apresentação de planos de trabalho nos municípios. Realizamos, na seqüência, um encontro estadual com as mesmas, contando com a participação de 23 municípios e 4 zonais da capital. Construímos um plano de trabalho abrangendo todas as micro-regiões do estado, e optamos por estimular o maior número possível de atividades municipais.

Criamos, ao mesmo tempo, um coletivo de formadores amplo, com a presença de militantes de correntes distintas, de maneira a reforçar o caráter pluralista do partido e a necessidade de trabalharmos as diferentes visões, tendo sempre como orientador as resoluções oficiais do PT. A experiência do coletivo precisa ser repensada, já que o mesmo careceu de periodicidade de reuniões e acabou desmobilizando-se durante a jornada.

Trabalhamos com o conteúdo nacional elaborado para a jornada, que consiste em 3 cartilhas – cada uma abordando um módulo do curso - e um CD-ROM contendo todas as resoluções congressuais e de encontros do PT; o estatuto; o código de ética; o manifesto de fundação, entre outros.

Fizemos a ponte direta com os diretórios municipais, o que resultou numa construção oxigenada, com envolvimento militante nas tarefas. Conseguimos animar uma agenda que foi importante para o embate eleitoral, pois a profundidade dos debates travados influenciou a intervenção dos petistas.

Constatamos, no entanto, que a Formação, na maioria dos diretórios, ou é um cargo ocupado pela chapa minoritária – o que causou efetivamente prejuízo na mobilização e envolvimento do conjunto das direções – ou é a última chamada da chapa majoritária, o “cargo que sobrou”. Essa é a forma como o abandono das políticas formativas se manifesta na composição dos diretórios.

A Jornada em números:

Realizamos cursos nos municípios de Angra dos Reis, Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Paty do Alferes, Mesquita, Japeri, Volta Redonda, Saquarema, Macaé, Nova Friburgo, Teresópolis, São Gonçalo e São João de Meriti, envolvendo, em muitos casos, a militância de municípios vizinhos. Organizamos também 6 etapas na capital (metade das zonais). Atingimos um total de 1387 filiados ao PT, o maior contingente mobilizado em atividades direcionadas de formação desde a década de 90.

Os municípios da Região dos Lagos, do Sul Fluminense e da Baixada Fluminense foram os que mais se mobilizaram para a jornada. As maiores etapas ocorreram em São João de Meriti, Cabo Frio, Belford Roxo, Duque de Caxias, Volta Redonda e Angra dos Reis.

Em compensação, os municípios governados pelo PT ou onde o PT participa do governo tiveram pouca relação com a jornada. Petrópolis, Paracambi, Conceição de Macabu, Santa Maria Madalena, Silva Jardim e Maricá não participaram do processo. Precisamos enfrentar uma cultura de despolitização que desloca o espaço de gestão da arena política e ideológica. Ocupamos espaços nos governos para mudar a realidade objetiva da vida das pessoas; o debate e a reflexão permanentes são fundamentais para conhecer limites e potencialidades de cada experiência.

Cabe citar, como problemas que precisam ser enfrentados por nós:
A região noroeste não realizou uma única etapa da jornada; Niterói e Nova Iguaçu, os dois maiores diretórios depois da capital, também não realizaram uma única etapa; e o Rio de Janeiro, além de só ter realizado em metade das zonais, teve baixíssima média de comparecimento (a etapa mais cheia não chegou a 50 militantes, abaixo da média estadual).

Em geral, há uma enorme resistência em participar por parte de dirigentes municipais e vereadores. Outra máxima do senso comum petista diz que formação é para a “base”, ou seja, dirigentes e quadros públicos “já estão formados”. Se constatarmos que houve uma enorme renovação nas direções e parlamentos municipais exatamente durante os mais de dez anos de ausência de formação, veremos que a máxima é falsa.

O saldo positivo foi a mobilização de um expressivo contingente, em atividades de baixíssimo custo (a jornada foi quase toda custeada pelo PT Nacional, e os gastos foram basicamente deslocamento e hospedagem dos formadores), além do mais importante: a retomada da formação como uma pauta do partido, despertando interesse dos diretórios, que passaram a apresentar novas demandas para a pasta.

Perspectivas para 2011

O PT Nacional aponta para o fortalecimento das atividades de formação. Em linhas gerais, a reunião de planejamento nacional apontou para a continuidade da jornada, acrescida de um quarto módulo sobre a questão internacional. Além disso, a questão eleitoral de 2012 ganha espaço importante na agenda do partido, e esse esforço deve ser incorporado pela formação, tanto na construção de debates sobre programa de governo, como na atualização do modo petista de ação parlamentar. É grande o número de diretórios que apresentam demandas nesse sentido.

Precisamos também realizar esforços conjuntos com os setoriais, em especial as Secretarias de Juventude, Mulheres e Combate ao Racismo. O PT-RJ ainda é um partido predominantemente masculino, suas figuras públicas são majoritariamente brancas e a sua militância está envelhecendo, sem um adequado processo de renovação. A presença de jovens nas atividades da jornada foi residual, e tivemos cursos com menos de 10% de participação de mulheres.

Precisamos reforçar o caráter da formação política petista como FORMAÇÃO PARA A AÇÃO. Nossos cursos, debates, oficinas e demais atividades tem como objetivo auxiliar a intervenção concreta na realidade. Não pretendemos ter o caráter de grupo de estudos, círculos acadêmicos ou escritório auxiliar de gestão. Mesmo quando incentivamos que a militância leia a Teoria e Debate, por exemplo, é com o objetivo de instrumentalizá-la para atuar no partido, nos movimentos, governos e mandatos parlamentares, e de estimular a capacidade crítica dos filiados para que formem de maneira autônoma sua opinião política, tornando-os mais críticos e atuantes.

Devemos marcar uma reunião de planejamento para abril, logo após o início do seminário organizado pelo diretório, aproveitando a mobilização gerada por ele e o diagnóstico dos municípios que será produzido pelo GTE para impulsionarmos uma agenda que combine a continuidade da Jornada com os cursos voltados para candidatos, organizados em conjunto com a Secretaria de Assuntos Institucionais. A ênfase na transversalidade dos temas e pastas deve ser buscada por nós, com a realização de um encontro do PT com representantes de movimentos sociais (proposta a ser debatida em conjunto com a SEMOP) e com a retomada do envolvimento do partido com a pauta da democratização das comunicações.

Os espaços de comunicação devem ser melhor explorados por nós. Site e redes sociais precisam se constituir como canais importantes para a difusão de conteúdo, monitoramento das atividades e eventos à distância. Podemos transmitir debates pela internet, realizar fóruns de discussão, disponibilizar documentos partidários, textos clássicos e artigos de opinião sobre os mais diversos assuntos.

Por último, devemos realizar o esforço de constituição de um coletivo permanente de formadores e gestores das políticas de formação, com participação de militantes de todas as correntes internas com EXPERIÊNCIA em atividades formativas. Esse coletivo deve assegurar o suporte e a continuidade do trabalho de formação partidário, sendo coordenado pelo secretário de formação, mas com uma composição que se mantenha mesmo com alteração na secretaria ou mudança de gestão. Um encontro de dois dias, com o caráter de “formação de formadores” é imprescindível para o sucesso da empreitada.

Acredito que com esses indicativos temos condições de travar um bom debate que aponte para o incremento das atividades de formação, com saldo favorável para a construção futura do PT como partido socialista, democrático e de massas.

*Bernardo Cotrim é Secretário Estadual de Formação Política do PT-RJ

terça-feira, 1 de março de 2011

Com a palavra, Carlos Henrique Árabe, Secretário Nacional de Formação do PT

Em entrevista à TVPTBrasil, o companheiro Carlos Henrique Árabe - Secretário Nacional de Formação do PT, faz balanço da 1ª Jornada nacional de Formação Política, realizada ano passado, aponta avanços para criação de agenda partidária integrada com a ação formadora do PT e mais...

2011 um ano de desafios e oportunidades para a juventude negra brasileira

Por Clédisson Júnior

O ano de 2011 foi definido pelo alto comissariado das Nações Unidas como o ano internacional dedicado as populações afrodescendentes e o Brasil tem um papel de destaque neste processo que visa repensar as relações que o Estado e a sociedade como um todo tem se colocado na perspectiva de apontar para uma dinâmica de reconciliação que passa pelo empenho na luta contra o racismo e na garantia da cidadania plena para a população negra de nosso país.

É tarefa de todos e todas garantir na esfera publica o necessário debate sobre o fim da invisibilidade e marginalização em que se encontram os negros e negras de nosso país quando nos é negado o direito a nossa história e a oportunidades de desenvolvimento humano que o processo perverso da escravidão nos negou e ainda nos dias atuais nos é negado.

O processos de discussões com perspectiva a construirmos uma nova realidade que todos e todas buscamos, faz do ano de 2011 um ano importante para os afrodescendentes em especial para a juventude negra brasileira que vislumbra uma serie de oportunidades e desafios que serão pautados a partir da nossa grande capacidade de mobilização e coesão política.

2011 será palco da realização de espaços estratégicos para a organização da juventude negra brasileira onde serão discutidas reivindicações em prol do desafio de eliminarmos o racismo e qualquer forma de discriminação e intolerância que atinge a população negra.

Realizaremos este ano o III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE), fórum este que vem se referenciando pela sua regularidade e grande capacidade de formulação em defesa das políticas de ações afirmativas para acesso da população afrodescendente no ensino superior, esta que é umas das mais antigas pautas do movimento negro brasileiro e que compreende o processo de elitização da formação universitária que historicamente tem negado a população negra a sua inclusão.

Cabe ao movimento social a partir de sua intervenção direta propor ao poder publico que institucionalize políticas e programas que visam combater os efeitos perversos da discriminação sofrida pela juventude negra no ambiente escolar e ofereça condições iguais na oportunidade de ingresso e permanência no ensino superior.

Organizações juvenis que constroem a luta antirracista e pela busca da promoção da igualdade racial de todo o país, neste momento estão construindo este que será o II Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE) fruto da experiência exitosa do primeiro encontro que em 2008 reuniu jovens negros e negras a fim de denunciar a violência com a qual a nossa juventude é submetida cotidianamente nas periferias das cidades e no campo pelas mãos do aparelho de segurança do estado. Coube a este importante fórum também oferecer a denuncia do processo sistemático de exclusão que nossa juventude vem sofrendo por parte do poder publico que insisti em não nos compreender como sujeitos de direitos mesmo diante de aviltantes indicadores que nos colocam a níveis profundamente desiguais em relação à juventude branca, seja quanto as taxas de analfabetismo, no acirramento das desigualdades no mundo do trabalho, no crescente aumento da população carcerária entre outros.

O ENJUNE permitiu a juventude negra brasileira se sua auto-organizar e proporcionou a criação do Fórum Nacional de Juventude Negra (FONAJUNE) espaço de articulação com perspectiva de ação e intervenção social.

Para além de reivindicarmos as garantias de nossos direitos, também queremos ser parte integrante desse processo e a conferencia nacional de juventude convocada para este ano tem um papel central nesta construção de um novo patamar na relação entre o poder publico e a juventude negra.

As dinâmicas de conferencias permitem ao conjunto da população o desenvolvimento da consciência critica e participação no processo decisório, perspectiva esta que remete à cristalização dos direitos civis, políticos e sociais, caracterizando uma situação de inclusão e de pertencimento dos cidadãos à comunidade política.

É importante salientar que durante a Iª conferencia nacional de juventude foi incorporada como resolução central os encaminhamentos tirados no encontro nacional de juventude negra.

O ano de 2011 proporcionará importantes fórum que nos permitirão pavimentar o caminho para a elaboração de políticas publicas que dialoguem com a realidade vivida hoje pela juventude negra e que seja fomento para erradicarmos indicadores que historicamente nos colocam em desvantagens materiais e políticas em relação ao conjunto da sociedade brasileira.

Caberá a juventude negra a partir de suas intervenções nestes diferentes espaços equacionar a dupla perspectiva que nos colocam como demandantes de políticas publicas que visam a superação das desigualdades e a promoção da cidadania plena e agentes estratégicos no processo de desenvolvimento de uma sociedade plural e profundamente democrática.

Clédisson Júnior é diretor de Combate ao Racismo da UNE, membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR/PR e do Coletivo Nacional Enegrecer