domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entrevista da companheira Conceição Rabha ao Jornal A CIDADE da última sexta feira.

Compas,

Não sei vcs, mas eu adorei todos os pontos abordados pela companheira Conceição Rabha na entrevista dada ao Jornal Cidade!!! Falou de combate a corrupção, educação (integral, superior e profissionalizante), saúde (ESF's, hospital da Japuiba, santa casa...), urbanização, turismo, meio ambiente, valorização do servidor, da busca de parceria com o Governo Federal; e sobre tudo afirmou ser a candidata da Dilma e do Lula!!!! Parabéns a nossa companheira e toda a equipe que vem coordenando e acompanhando a nossa guerreira!!!

Acompanhe todos os trechos da entrevista


A pré-candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), minha dileta amiga Conceição Rabha, concedeu entrevista ao jornalista Júlio César Vieira, subeditor do jornal A Cidade, na edição de sexta-feira. Para quem não conseguiu ler a matéria (em algumas bancas a edição do jornal já se esgotou), justifica-se que eu a reproduza, a seguir, na íntegra (sem a edição feita pelo jornal).

(A CIDADE – AC) – Quais são as suas experiências na vida pública?

(Conceição Rabha - CR) – Eu sou professora do ensino público há 36 anos, onde tive a oportunidade de ser diretora do Ceav por dez anos. Depois fui secretária de Educação do município, vice-prefeita, coordenadora regional da Baia da Ilha Grande, pelo Estado, e, por último, vereadora. Eu continuo na luta, defendendo a cidade de Angra dos Reis e por isso vivo aqui até hoje.

(AC) – O que te diferencia dos demais pré-candidatos?

(CR) – Primeiro o fato de eu ser mulher. Depois eu acho que porque construímos um projeto político voltado para o coletivo. Eu não tenho a visão de fazer um projeto voltado para mim. Estamos com um projeto que envolve partidos políticos e setores da nossa sociedade que tem compromisso para o desenvolvimento de Angra dos Reis. Outro diferencial é que eu sou a pré-candidata da presidenta Dilma e do ex presidente Lula, e não tenha duvida que o Governo Federal estará com os seus projetos dentro de Angra dos Reis.

(AC) – Em sua opinião, quais serão os principais desafios do próximo prefeito?

(CR) – Acho que precisamos primeiramente dar um rumo a nossa cidade, promovendo um choque de ordem na gestão pública. Teremos que recuperar todo o tempo perdido nesses últimos 12 anos de gestão. Com o presidente Lula e com a presidenta Dilma o Estado teve um pool de investimentos e desenvolvimento e a nossa cidade acabou ficando para trás. O desafio será o resgate do tempo perdido, pensando políticas de curto, médio e longo prazo. O nosso choque de ordem passará pela recuperação do atraso administrativo, da qualidade do transporte coletivo, do serviço público de saúde e da qualidade a educação. Também precisamos investir na valorização do servidor, na efetividade dos serviços do SAAE, em escolas profissionalizantes, na retirada de famílias de áreas de risco e na ampliação de nossas receitas. Se não trabalharmos ações concretas para o desenvolvimento da cidade a nossa qualidade de vida cai e não podemos permitir isso.

(AC) – Onde a senhora acha que o prefeito da atual gestão está errando ou errou?

(CR) – Eu não quero falar de pessoas, pois eu penso e discuto políticas públicas. Acho que o nosso atual prefeito foi sacrificado como uma vítima da gestão que ele deu continuidade e não teve como sair desse contexto, devido ao grau de comprometimento que foi vinculado ao governo do município através de uma grande aliança partidária sem o menor planejamento. Ele não pode compor o governo com um perfil técnico competente, devido ao apadrinhamento político. Ele também se fechou para a participação popular e isso acabou silenciando a população. O prefeito se perdeu com o projeto fantasioso do seu antecessor e acabou transformando a nossa cidade nesse balaio de gato. O povo vem sofrendo com o descaso que é a política pública de Angra dos Reis nesses últimos 12 anos e a nossa candidatura virá para melhorar isso.

(AC) – Se for eleita, qual será a prioridade da sua administração?

(CR) – Do jeito que a nossa cidade se encontra não temos apenas uma prioridade. Temos um leque de prioridades voltadas para a saúde, educação profissionalizante e superior, transporte e saneamento. Também precisaremos ter uma administração integrada, onde todas as secretarias trabalhem sempre projetos em comum. Vamos buscar também a sustentabilidade econômica, com uma política arrojada de arrecadação.

(AC) – Angra tem um dos maiores orçamentos do Estado. A senhora tem noção da responsabilidade de administrar tanto dinheiro?

(CR) – Quem está à frente da administração pública tem que ter responsabilidade com o orçamento pequeno ou com o orçamento grande. Independentemente do tamanho do orçamento teremos que ter políticas claras e pré-estabelecidas para que possamos alocar os recursos em prol da qualidade de vida do cidadão. Terei compromisso com o dinheiro público. Eu criarei um Conselho Social para que aconteça uma fiscalização efetiva do Executivo e espero que a Câmara Municipal exerça o seu papel de fiscalização também.

SAÚDE

(AC) – Onde estão as falhas do atual sistema de saúde e quais as medidas urgentes que seriam realizadas para melhorá-lo?

(CR) – Antes de qualquer coisa eu quero parabenizar o servidor público que trabalha na saúde no município, pois eles tem se doado ao máximo, trabalhando sem nenhuma estrutura. Eu visito habitualmente a Santa Casa e o Pronto Socorro e vejo uma situação precária. Não temos um sistema completo de saúde, principalmente na atenção básica, que faz a prevenção através dos módulos de saúde da família. Os ESF’s atualmente funcionam aonde há um menor número de pessoas que necessitam desse serviço e onde há a uma grande demanda o município não oferece esse serviço. Isso é totalmente incoerente. Temos também que acabar com as filas de marcação de consulta, como era na época que Angra tinha 20 mil habitantes. Nas últimas eleições prometeram um cartão de saúde eletrônico e esse sistema não saiu do papel. Não posso prometer que em quatro anos eu resolverei a saúde em Angra, mas pretende iniciar um bom projeto, que dê qualidade de vida a população. Vamos montar um sistema de saúde completo e melhorar a atenção básica. Temos também que fazer uma integração na rede pública de saúde.

(AC) – Qual a importância do novo hospital da Japuíba e como a senhora pretende administrá-lo, se eleita?

(CR) – Pelo número de habitantes, Angra hoje precisa de 400 leitos e temos apenas 250. Esse novo hospital é uma grande necessidade. Há quatro anos fizeram uma inauguração da laje do hospital, que não tinha sequer sistema de esgoto. Esse hospital já deveria estar em pleno funcionamento. Vamos buscar parcerias para que o hospital funcione 100%, principalmente com o Governo Federal. Teremos um hospital de referencia no Sul Fluminense. Já temos conversas para trazermos serviços de alta complexidade, para aumentarmos o repasse SUS e viabilizarmos o hospital. Ele precisará de uma autonomia de gestão e financeira, ou não teremos como administrá-lo. Temos a obrigação de fazer o hospital funcionar plenamente, e logo, pois não dá mais para o povo ficar sofrendo. Essa será uma responsabilidade minha como gestora.

(AC) – Qual a opinião da senhora quanto as OS’s na administração pública?

(CR) – Eu não tenho nada contra as OS’s. Acho inclusive que elas são fundamentais para a plena cidadania e a democracia. Acho que as OS’s não podem substituir o papel do poder público. O gestor não pode esconder a sua responsabilidade atrás desse sistema. Todas as políticas públicas serão responsabilidades minha como prefeita. A OS pode entrar como uma complementação, em serviços emergenciais.

(AC) – Com a inauguração do novo hospital, qual seria o papel da Santa Casa na sua gestão?

(CR) – A Santa Casa na minha gestão será um hospital voltado para a maternidade, pediatria e para uma clínica de mulheres. Não dá mais para vermos o índice de câncer do colo de útero e de mama aumentando dentro de nossa cidade. As mulheres não fazem dentro do prazo a prevenção e quando é pedido um exame demora-se seis meses para sair o resultado. Isso acaba com a sobrevida de quem estiver com câncer. Também podemos implantar UTI neonatal e pediátrica de qualidade na Santa Casa. Podemos ser referencias nesses serviços. Acho que a Santa Casa é uma entidade filantrópica que recebe repasses públicos. Defendo uma co-gestão na administração da Santa Casa, até para não se perder o perfil filantrópico, que pode ser uma fonte de recursos em doações de parceiros. Essa é a maneira da Santa Casa sobreviver.

EDUCAÇÃO

(AC) – Se eleita qual a importância da educação na sua gestão?

(CR) – A educação vai ser a mola mestra, como a grande política estruturadora dentro do governo. Todas as ações estruturantes vão sair da educação. Eu tenho total clareza de que não vamos conseguir transformar a nossa sociedade sem um investimento maciço em educação. Se eu não tiver um sistema educacional funcionando com qualidade e efetivamente eu não conseguirei fazer nenhuma transformação em Angra dos Reis. A educação será o foco principal do nosso governo.

(AC) – A atual gestão deu início na educação em tempo integral. A senhora pretende dar continuidade nesse modelo?

(CR) – Esse projeto é uma determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996. A Lei diz que temos que fomentar a formação plena do cidadão e essa formação plena passa pela educação de tempo integral. Mantendo o aluno na escola damos a formação necessária para que ele exerça a sua cidadania. Essa Lei diz que até 2020 todas as redes municipais tem que ter 50% das escolas em horário integral. É um projeto que temos que implantar e ampliar, de uma maneira mais acelerada. Em paralelo a educação em tempo integral, desenvolveremos projetos político-pedagógicos dentro das escolas. Não adianta só manter as crianças nas escolas, se não desenvolvermos políticas de desenvolvimento intelectual para as crianças. Não podemos ter esse baixo índice no Ideb.

(AC) – Angra tem apenas um curso presencial e diversos à distância. Como aumentar a quantidade dos cursos de graduação no nosso município?

(CR) – Temos apenas que firmar parcerias. O Governo Federal recentemente abriu um chamamento para a criação de um pólo da UFRJ e a Prefeitura de Angra não se apresentou. Universidade é responsabilidade do Governo Federal, mas o gestor municipal pode fazer parcerias para estimular a vinda desses cursos. Temos que deixar claro a nossa carência no ensino superior, pois a presidente Dilma está deixando claro que pretende expandir o ensino profissionalizante e superior no país. Já fizemos isso na época quando trouxemos a UFF para Angra. Temos que priorizar a educação na cidade e fazer por onde desenvolver essa área com parcerias com os governos estadual e federal. Como pretendemos desenvolver a cidade estruturalmente, acho que precisamos trazer urgentemente cursos de engenharia para Angra.

MEIO AMBIENTE

(AC) – Angra é uma cidade montanhosa que sofre com a invasão irregular. O que a senhora pretende fazer para conter esse avanço desordenado?

(CR) – Vamos ter que lançar mão da Lei Federal, através do Estatuto das Cidades. Ele regulamenta as ações que temos que fazer para reduzir as construções irregulares. Termos que priorizar a regularização fundiária nesse processo e fazer valer a questão do usucapião. O Estatuto das Cidades diz tudo sobre isso, só temos que colocá-lo em prática. Temos que dar o documento de regularização para o cidadão. Só temos que colocar em prática o que a Lei diz. Para impedir novas edificações irregulares, temos que ter ações efetivas de fiscalização, para que não se permita que construam novas casas em lugares irregulares. A nossa fiscalização terá que ser arrojada e trabalhar 365 dias da profissão.

(AC) – Como pretende fazer a regularização fundiária em Angra dos Reis se eleita?

(CR) – Faremos a regularização fundiária com planejamento. É um projeto que terá etapas de curto, médio e longo prazo. Não tem como resolvermos esse problema de décadas em apenas quatro anos. Trabalharemos com metas, com cerca de 2.000 famílias por ano. Essa é a realidade possível. Não adianta fazer promessas fantasiosas para ludibriarmos a população.

(AC) – A senhora acredita que um dia poderá nadar na Praia do Anil?

(CR) – Eu não vou fazer esse tipo de promessa demagógica. Nunca poderemos falar em balneabilidade da Praia do Anil se não tivermos um programa de saneamento básico em todos os morros da região central. Fazer uma promessa dessas é ser demagógico e tentar enganar a população. O meu sonho é voltar a tomar banho na Praia do Anil, mas antes disso precisamos implementar várias intervenções para chegarmos nesse sonho. É um projeto de longo prazo.

TRÂNSITO

(AC) – O trânsito em Angra está cada vez mais congestionado e não se consegue mais estacionar nas ruas centrais da cidade. O que a senhora planeja para melhorarmos esse problema?

(CR) – Essa questão do estacionamento e do trânsito no Centro é importantíssima. Temos que discutir isso com os moradores e com os comerciantes sobre o assunto. Temos que decidir que destino nós queremos para o Centro, pois hoje temos um grande deposito de carros. O Centro tem que ser um atrativo turístico, com um setor gastronômico forte. Podemos fazer estacionamentos fora do Centro com um sistema de transporte integrado, para que o cidadão não precise vir de carro ao Centro. Depois de elaborar um projeto, com a participação do morador e do comerciante, temos que reordenar o Centro, para que o morador possa estacionar no Centro.

(AC) – O programa Passageiro Cidadão continua na sua gestão?

(CR) – Continua, pois está fazendo bem para a população. Teremos apenas que estabelecer algumas normas para controlarmos os gastos. O programa não pode ser do jeito que está hoje. Além de continuar com o programa, faremos uma ampla discussão sobre o transporte público na cidade. O transporte hoje é uma desordem total, com poucas linhas e uma superlotação em horário de pico.

DESENVOLVIMENTO

(AC) – Quem chega a Angra percebe um aspecto de favela na entrada da cidade. O que a senhora pretende fazer para melhorar o visual da região central para moradores e visitantes?

(CR) – Uma solução possível para melhorar esse aspecto é arborizar os morros e o Centro. Isso traria uma beleza natural e suavizaria a imagem desses locais para quem não conhece a realidade. Não temos favelas em Angra e sim bairros com aspecto periféricos. Também podemos melhorar os acessos dos morros e criar pequenos mirantes, para oferecermos áreas de lazer que tenham cunho turístico à cidade. Não precisamos inventar nada. Só temos que olhar em outras cidades projetos que deram certo.

(AC) – Como atrair empresas para Angra para que haja a diversificação nas oportunidades de emprego?

(CR) – Como temos um canal aberto com o Governo Federal, eu tenho tido muitas conversas com empresários que querem investir em Angra dos Reis. Para esses empresário virem para Angra eles precisam enxergar na prefeitura um governo municipal sério, que defenda as diretrizes necessárias para a vinda desses investimentos. Eu não tenho dúvidas que o Governo Federal intermediará a vinda dessa empresa para cá. O empresário precisa acreditar no governante como gestor e acho que em mim eles terão essa confiança. Temos que viabilizar também a expansão do Tebig, para que entre mais recursos.

TURISMO, CULTURA E ESPORTE

(AC) – Como a senhora pretende incrementar o turismo em Angra?

(CR) – Temos que fazer um Plano Diretor. Em 2009 aconteceu um seminário turístico, que definiu metas para o desenvolvimento do setor. Temos apenas que colocar essas idéias em prática. Os projetos estão prontos, só temos que implementá-los.

(AC) – A Ilha Grande concentra 90% do turismo local. Quais os seus planos para aumentar a oferta turística sustentavelmente na Ilha?

(CR) – Temos que fazer um Plano Diretor para a Ilha Grande, para ordenarmos o uso e a ocupação de lá. Temos que fazer uma integração com os governos estadual e federal, por causa das Leis Ambientais. Temos que fazer ações que resolvam o problema.

(AC) – O Rio e parte do Brasil se preparam para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O que Angra pode fazer para não perder a oportunidade de lucrar com esse turismo?

(CR) – Acho que o tempo para nos prepararmos já passou. Está muito em cima da hora para pensarmos participar ativamente desses eventos. Hoje temos que trabalhar para perdermos menos e conseguirmos trazer algum turismo para cá. Podemos nos disponibilizar para receber os turistas que virão de fora do país para os jogos. O tempo para participarmos efetivamente desses eventos passou e quem administrava a cidade não fez nada em tempo hábil. Temos que conseguir pelo menos ocupar os leitos que temos hoje em Angra.

COMBATE À CORRUPÇÃO

(AC) – Quais os seus projetos para melhorar o controle de gastss e combater a corrupção na sua gestão?

(CR) – Eu descarto qualquer possibilidade de corrupção no meu governo. Não haverá espaço para corrupto na minha gestão. Em todas as conversas que temos com os demais partidos políticos deixamos claro que não há espaço para corrupção ou cartas marcadas. Trabalharemos com a mesma seriedade que sempre norteou a vida da gente. Estaremos gerindo a cidade transparentemente. A população e a Câmara acompanharão a gestão do dinheiro público e isso é principio para mim.

(AC) – Para a senhora qual a importância da construção de um Paço Municipal?

(CR) – Eu não faço falsas promessas. A construção de um Paço hoje tem que ter todo um planejamento. Eu não posso afirmar que vou construir em quatro anos, porque eu tenho que ver como estão as finanças da Prefeitura e temos projetos mais imediatos e emergenciais. Vamos fazer uma analise criteriosas antes de construirmos qualquer coisa. Teremos que iniciar esse projeto, mas não sei se há tempo viável para a construção de um prédio desses. Não dá para termos também meio milhão de aluguel mensalmente em Angra.

SEGURANÇA

(AC) – A senhora acha viável a formação de uma Guarda Municipal?

(CR) – Acho que a questão da segurança nós conseguiremos resolver com o Governo Estadual. Será minha responsabilidade como gestora, mas é atribuição do Estado. Nas conversas inicias que já estamos tendo com o Executivo estadual diz respeito a darmos uma estrutura melhor para as polícias Civil e Militar e para o Corpo de Bombeiros e interagirmos com essas forças. Ao invés de criarmos uma nova despesa com uma Guarda Municipal Armada, podemos otimizar de uma forma integrada o trabalho das polícias e dos bombeiros.

Fonte: Jornal A Cidade.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

13 motivos contra a aliança PT-Kassab em São Paulo


Por Gabriel Medina *


A crise do liberal-conservadorismo: PSDB-DEM

Com o enfraquecimento do receituário liberal os setores conservadores da sociedade brasileira têm passado por uma crise de projeto, de liderança e de organização que tem contribuído para a fragmentação do bloco neoliberal.

A expressão política dessa falta de norte encontra-se na crise de identidade e estratégia vivida pelo PSDB; no encolhimento eleitoral de partidos como DEM e PPS; e culmina na criação do PSD de Gilberto Kassab, uma agremiação política que sem ser “de esquerda, de direita, nem de centro” absorveu toda sorte de insatisfações e oportunismos daqueles que, percebendo o naufrágio do navio neoliberal, buscaram um lugar para se ancorar.

Gilberto Kassab iniciou a carreira política ao lado de Guilherme Afif Domingos, no grupo de jovens empreendedores da Associação Comercial de São Paulo, foi Secretário de Planejamento na mal-fadada gestão de Celso Pitta e conquistou um mandato de vereador pelo antigo Partido Liberal.

Ainda que o partido de Kassab tenha uma identidade nebulosa, sua biografia é a de um inegável liberal-conservador. Aliás, foram esses traços que levaram José Serra a convidar Gilberto Kassab para ser seu vice-prefeito em 2004. Derrotado por Lula em 2002 e já mirando as eleições de 2006, Serra desejava rearticular o bloco PSDB-PFL/DEM que havia garantido duas vitórias a FHC. Era o momento de descartar a velha imagem de centro-esquerdista e de desenvolvimentista estatizante sinalizando que não tinha problemas de fazer alianças e coligações com a direita, daí ter se disposto a oferecer a prefeitura de São Paulo ao DEM de Gilberto Kassab. O atual prefeito de São Paulo ganhou uma gestão que jamais conquistaria sozinho.

A tentativa de ressurreição do liberal-conservadorismo: PSD

Desde que assumiu a prefeitura de São Paulo Gilberto Kassab ganhou reconhecimento não por sua atuação como administrador público, mas por sua capacidade de se mover em nome dos interesses que tem assombrado a cidade de São Paulo nos últimos anos: o liberalismo econômico, o conservadorismo político e o moralismo dos costumes.

Depois da saída do DEM, de flertes com o PMDB, de indicações de associação com o PSB e da criação do PSD, a última traquinagem de Gilberto Kassab consiste numa tentativa de aproximação com o PT para a disputa das eleições de 2012 em São Paulo. Mas a quem interessa essa aliança?

Para Kassab o flerte com o PT na cidade de São Paulo traz, pelo menos, dois ganhos imediatos: no tabuleiro local, essa movimentação incita o PSDB a cortejar o prefeito na disputa pelo seu apoio; no tabuleiro nacional, essa movimentação facilita uma aproximação amistosa com o governo federal. Nesse beija-mão, o que ganha o PT?

Contra o continuísmo kassabista

1. Programaticamente Gilberto Kassab não tem nada a oferecer ao PT: sua gestão não deixará nenhuma política pública significativa;

2. Seu partido é um invertebrado ideológico, sem projeto e sem programa.

3. Sua figura, aliás, é a tentativa mórbida de atualização das piores e mais tradicionais práticas da cultura política nacional.

4. Pragmaticamente Gilberto Kassab tem muito a prejudicar o PT: seu partido não fornece tempo relevante de TV para os aliados;

5. Sua administração é mal avaliada por parte significativa da população, de modo que seu apoio pode não angariar votos;

6. Sua atuação negligenciou a periferia da cidade e afrontou importantes movimentos sociais organizados, de modo que seu apoio irá retirar votos de segmentos que tradicionalmente apoiam o PT. Sendo assim, uma aliança com Kassab diminui a capacidade de o PT mobilizar parte importante de sua base social, como os movimentos de moradia e saúde.

7. Para a população de São Paulo o PT deve capitanear o discurso de oposição e mudança, constituindo um projeto alternativo para a cidade. Uma aliança com Kassab exigiria um discurso mais constrangido e moderado, o que esgotaria uma possível legitimidade moral do PT diante do eleitorado de classe média e do eleitorado insatisfeito com o atual estado de coisas.

8. No limite escoaria pelo ralo a estratégia petista de dialogar com os setores médios e progressistas da cidade que nos últimos anos se afastaram do PT ou passaram a nutrir algum tipo de resistência às ações do partido.

9. A idéia de renovação e transformação mobilizada pela candidatura de Fernando Haddad seria esgotada se o PT optasse por carregar consigo o entulho kassabista.

10. No que se refere à dimensão eleitoral, para alguns setores do PT a aliança com Kassab teria um efeito colateral importante: garantir o isolamento de José Serra. Esse resultado é no mínimo desnecessário, posto que Serra sofre um processo de desgaste dentro do seu próprio partido, protagonizado em âmbito nacional por Aécio Neves e em âmbito estadual por Geraldo Alckmin.

11. No que se refere à dimensão política, Kassab tem conduzido uma gestão que privilegia os interesses do grande capital urbano e dos setores mais conservadores. Ao estimular a especulação imobiliária a prefeitura tem protagonizado a higienização social, a criminalização da pobreza e a militarização das subprefeituras na cidade, num projeto que em tudo diverge das bandeiras progressistas, de esquerda e petista.

12. Há quem diga que o apoio do atual prefeito traria consigo sua base de vereadores, o que poderia facilitar a governabilidade de uma futura gestão petista. Essa promessa é, no mínimo, duvidosa já que uma base oportunista e interesseira como a de Gilberto Kassab apoiaria qualquer prefeito vitorioso.

13. O mesmo argumento tem sido aplicado em plano federal, há quem diga que a aliança com Gilberto Kassab poderia garantir o apoio do PSD em nível federal. Ora, uma base legislativa sem identidade ideológica e sem programa político está sempre disponível a qualquer governo.

A favor de uma alternativa petista

A conquista eleitoral em uma cidade como São Paulo exige mais do que cálculos políticos imediatistas, o que está em jogo é a disputa por um projeto alternativo de cidade, o que exige um fôlego renovado, uma oxigenação constante e a recusa contra qualquer amarra continuísta.

No atual momento, é fundamental que o PT paulistano recupere sua identidade política e ideológica, a fim de reencantar a militância petista para a campanha e a fim de reencontrar os eleitores e apoiadores progressistas da cidade.

* Gabriel Medina é Psicólogo, presidente do Conjuve e membro da Coordenação Nacional da DS.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Lula no Banco Mundial!!! Por @hugovilela


"Lula daria certo sim no Banco Mundial. E seria super importante a sua participação, pois poderá agregar valores diferentes pra economia global diante do dado modelo falido e a grande crise do capitalismo e o conceito de estado mínimo. Lula pode começar a revolucionar akela porra e capaz de tentar tornar a economia global menos exploradora e mais solidária. O "Lula lá" seria (ou será) mais uma página que estaríamos (ou estamos) escrevendo pra sacramentar o enterro do neoliberalismo!!! #EUQUEROLULALÁ"

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Seminário de Planejamento Estadual da JPT

Programação

09:00 – Café da manhã

10:00 – Painel temático: “As lutas da juventude no estado do Rio de Janeiro”

- Allan Borges – Superintendente de Juventude do Governo do Estado do Rio de Janeiro
- Mitã Chalfun – Vice-Presidente da UEE-RJ (Daniel vai confirmar)

- Eduardo – Diretor da UBES (Micaela)

- Leonardo – Pastoral de Juventude

- Marcha Mundial das Mulheres

13:00 – Almoço

14:00 – GT’s - PPJ’s – Facilitador (a): Coordenador (a) de PPJ’s da JPT/RJ
Formação Política – Facilitador (a): Coordenador (a) de Formação política da JPT/RJ
Mulheres – Facilitadora: Coordenadora de Mulheres da JPT/RJ
Movimentos sociais – Facilitador (a): Coordenador (a) de movimentos sociais da JPT/RJ
Comunicação e mídias sociais – Facilitador (a): Coordenador (a) de comunicação da JPT/RJ
Eleições 2012 – Facilitador: Daniel Gaspar – Secretário Estadual da JPT-RJ

17:00 – Plenária final

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O PT a greve e a oposição - Entre a irresponsabilidade do esquerdismo e o oportunismo da Direita

*Herlom Miguel


Na Bahia, todos os dias são dias de polêmicas. Ultimamente temos vistos boas e más polêmicas. Uma boa polêmica é a greve dos policiais, os impactos na vida dos baianos e o resultado dessa greve para nossa conjuntura. No entanto, quero me ater a falar um pouco sobre as falsas polêmicas.

Não há como negar que o PT participa e participou de todas as greves da Bahia. Obvio, o PT nasce de uma construção dos movimentos sociais. Sendo assim, é natural ter petista nos movimentos populares da Bahia. Somos governo agora e não mudamos. Os petistas autênticos que mantém seus princípios defende que nessa greve os trabalhadores possam expandir seus ganhos reais. O PT defende cada vez mais pressão do movimento social. O Brasil é administrado por várias forças conservadoras e nosso partido precisa do povo na rua para expandir avanços populares. Nem na greve de 2001 e nem nessa defendemos saques, baderna, arma na cara de trabalhador, fogo em ônibus. Sendo assim, nem lá e nem cá mudamos. Todas as greves são legitimas e se o povo grita junto é porque sente coletivamente necessidade de mudanças. Dito isso, reafirmo somos o mesmo partido e mantemos nossa trajetória e coerência.

É comprovado e está na avaliação do povo que o governo do PT trouxe um conjunto de avanços para os mais pobres. Tais como: Expansão das Universidades Públicas, PROUNI, Pronatec, Geração de milhões em empregos, ascensão dos mais pobres, construção de hospitais, aumento real do salário mínimo, criou instancias de defesa dos direitos dos negros e das mulheres, só para citar alguns.

Relembrar o passado é fundamental. O Governo do Estado da Bahia, pegou a segurança pública desmontada. Os seu primeiros passos garantiram inclusive os números que comemoramos hoje. Houve diminuição dos índices de violência na Bahia. Devolver a autoestima dos trabalhadores, os primeiros reajustes, armamento, compra de viaturas, são alguns dos avanços recentes deste governo.

O “líder” do movimento grevista se chama Marcos Prisco. Pulou de partido em partido passando pelo Psol e pelo PTC e agora está no PSDB. Foi candidato pelo PTC e almeja a câmara de vereadores em 2013. A partir daí devemos avaliar tanto sensacionalismo, intransigência e necessidade de câmeras.

Sobre o DEM / PSDB / PMDB os motivos são óbvios: Fazem disputa partidária. Devemos esperar pouco destes partidos. O DEM/PSDB administraram a Bahia a maior parte do período da redemocratização até os dias de hoje. Pouco fizeram pelos mais pobres e agora jogam confete sugerindo coisas que não tiveram competência para fazer.

Sobre o PSTU, nem citarei muito. O PSTU é um partido jovem e equivocado. Na Bahia, acabaram de ganhar o sindicato dos Metalúrgicos da Bahia com o PCdoB. O conteúdo programático dessa chapa com certeza foi a conveniência, já que defendem para Bahia e para o Brasil coisas muito diferentes. É um partido jovem pela sua idade e porque poucos ficam no partido após completar maioridade, ao menos intelectual. Já o Psol, nasceu de onde surgem parte dos problemas do PT. O PT foi criado por suas massas: “O movimento Social Brasileiro” Sindicalistas, estudantes, mulheres, negros, gays, lésbicas, intelectuais e operários. O Psol foi criado por meia dúzia de intelectuais que pararam de fazer análise de conjuntura em 1917. Eles achavam que o PT era uma religião e não conseguiram dar conta de ser governo e ter que corrigir fluxos, afinal há gente não correta em todos os partidos. Com a greve o Psol de forma irresponsável espalhou a teoria do caos e reforçou alguns dos boatos da direita e da mídia golpista. Na minha opinião um dos princípios socialistas é tentar manter-se no caminho do que é melhor para a classe trabalhadora e nesse sentido a greve, tal como se deu, só provocou problema para o povo pobre. Tudo bem, disputa partidária sempre haverá. Mesmo assim dos companheiros “filhos desgarrados do PT” esperava mais coerência. Sempre achei que a tática do quanto pior melhor era dos reacionários.

Outra mentira é a ausência do PT do cenário mais público. A Senadora Lídice da Mata chegou a Salvador com o Ministro da Justiça, o Senador Walter Pinheiro, que esteve todo o tempo sincronizado participando e ajudando nas negociações. Com exceção de um ou outro Deputado Estadual que se jogou no chão ao ver as câmeras, a atuação do legislativo foi de mediação e ajuda na construção do acordo. O Nelson Pelegrino é um dos mais atuantes parlamentares da câmara, tem carinho especial por Salvador e tem participado das conversas.

É fundamental que essa greve acabe com um saldo positivo para todas as partes. É importante que os policiais que lutaram tenham suas vitórias. É necessário também utilizar os erros como instrumentos de aperfeiçoamento, tanto da greve, quanto da negociação coordenada pelo governo. O saldo incontestável é de que violência e intransigência não combinam com democracia. Unificação das políticas, aumento dos salários, carreira unificada, plano de cargos e salários são algumas propostas.

Para finalizar, todo o desgaste proposto tem como pano de fundo as eleições 2012. A disputa eleitoral faz com que a oposição use todos os fatos para diluir o projeto político dirigido pelo PT na Bahia. Nenhum desses movimentos de desgaste do governo podem fazer o povo esquecer que o governo do PT trouxe muitas vitórias para o povo. Em 2012 o debate será qual o melhor projeto para administrar as cidades.

Vida longa aos trabalhadores que lutam, vitória aos grevistas. Vida longa ao PT e sucesso ao governo Wagner.

*Herlom Miguel é Secretário de Comunicação do PT de Salvador

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PT qualifica pré-candidatos a vereador



O diretório do PT no município promoveu no último sábado, dia 4, um seminário voltado aos pré candidatos a vereador que compõem a nominata do partido. O evento aconteceu na sede do Sindipetro-RJ (Sindicato dos Petroleiros do estado do Rio de Janeiro), no bairro Jacuecanga. Membros do PPL, sigla aliada do PT em Angra dos Reis, também participaram do encontro, que foi presidido pelo ex-prefeito da cidade, Neirobis Nagae, e teve como principal intuito preparar os presentes para a campanha eleitoral deste ano.

O presidente do PT de Angra, Marcelo Oliveira, falou sobre o objetivo do seminário, que durou quase quatro horas.

- Realizamos o evento para preparar nossos candidatos para enfrentar o trabalhoso processo que é uma campanha eleitoral. Além disso, demos orientações a respeito de questões relacionadas à Justiça Eleitoral e outros trâmites legais - disse.

- Aproveitamos o ensejo para abordar a atual conjuntura política do município e retomar a história do PT, visto que muitos candidatos entraram recentemente na política e desconhecem a trajetória do partido - acrescentou.

Segundo Marcelo, a bancada petista da Câmara Municipal, formada pelos vereadores Antônio Cordeiro e Maria do Carmo Aguiar, a Lia, revelou aos candidatos detalhes da rotina no Legislativo.

- Os parlamentares do PT que atualmente têm mandato falaram sobre o tempo em que estão na Casa, da experiência de ser um vereador. Eles abordaram também, os trâmites e funcionamentos internos de votação, entre outros assuntos que são importantes para quem deseja ocupar uma cadeira na Câmara - afirmou.

O presidente petista destacou, ainda, que os candidatos foram conscientizados da importância do trabalho deles na campanha a favor da eleição da pré-candidata a prefeita do partido, Conceição Rabha - que também participou do seminário.

- A nominata precisa estar ciente de que é um trabalho em grupo. O fortalecimento da candidatura deles favorece a da Conceição - arrematou.

Entre os meses de março e maio, a Executiva Municipal do Partido pretende realizar a 1ª Etapa no estado da Jornada de Formação Política para candidatos petistas, que tem programada conteúdo e metodologia formulados pela Fundação Perseu Abramo e a Escola Nacional de Formação do PT.