Por Cristian Ribas
Luta pela Eliminação da Discriminação Racial: para o racismo nossa tolerância é zero!
A União Nacional dos Estudantes celebra essa data fazendo um chamado à reflexão e à luta contra o racismo. Um chamado a destruição das barreiras forjadas pelo escravismo e à abolição incompleta que cercearam direitos ainda não amplamente garantidos. Hoje é um dia do chamado a promoção da igualdade racial.
Em dia 21 de março de 1960, vinte mil pessoas protestavam pacificamente, na cidade de Johanesburgo, capital da África do Sul, contra a lei obrigava os/as negros/as a portar cartões de identificação, especificando os bairros e locais, onde lhes eram permitido circular. Os manifestantes foram surpreendidos pela polícia do antigo regime segregacionista do apartheid que atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186.
No dia de hoje celebramos importantes marcos legais na promoção da igualdade racial, como os 10 anos da Lei nº 10.639/03 que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas; o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010); a aprovação da constitucionalidade do princípio das ações afirmativas pelo Supremo Tribunal Federal; a recente aprovação da Lei de Cotas, Lei ‘’12.711 de 2012’’, e em especial, celebramos os 10 anos de criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), dentre outros.
Contudo, 50 anos depois do massacre de Johanesburgo, assistimos perplexos a várias formas de discriminação, violência e ódio contra os/as negros/as em todas as partes do mundo, como no Brasil o genocídio programado da juventude negra, que representa 70,6% das vítimas de homicídio no país. O ódio contra o povo negro, expresso de diversas formas, às vezes mais, às vezes menos concentrado, veio à tona no trote de caráter racista e sexista na Universidade Federal de Minas Gerais, agrediu a identidade e materialidade histórica da população negra: Chica da Silva, mulher lutadora, que se colocou contra o machismo e a escravidão do povo negro, é um símbolo da resistência negra e feminina, referência para a cultura brasileira.
A UNE e o movimento estudantil brasileiro não se calarão diante do racismo e qualquer forma de discriminação. O silêncio contribui para a naturalização do preconceito e/ou discriminação raciais presentes dentro e fora da universidade. Repudiamos e manifestamos nossa indignação a esses atos criminosos e pelos estudantes veteranos da faculdade de direito da UFMG envolvidos. Exigimos que a reitoria da instituição revele o teor e o caráter ideológico dos trotes aplicados por esses estudantes, apure os fatos e puna os envolvidos.
A UNE luta pela construção de uma sociedade justa e racial e socialmente igualitária, combatendo o racismo e todas as formas de opressões. A UNE somos nós, nossa força e nossa voz!
Valeu Zumbi!
Valeu Chica da Silva!
Cristian Ribas é Diretor de Combate ao Racismo da UNE e membro do Coletivo Nacional Enegrecer
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