"A realização do aborto não é um método contraceptivo, é o último recurso que as mulheres têm para não dar prosseguimento a uma gravidez indesejada. Responsabilizar as mulheres pelo uso de contraceptivos ou pela irresponsabilidade em não usá-los só criminaliza ainda mais as mulheres. A curetagem é um dos procedimentos que o SUS mais realiza e o aborto inseguro é uma das maiores causas de mortes maternas. Nunca vi nenhuma mulher que quisesse fazer um aborto não o fazer apenas porque ele é ilegal. Em todas as classes sociais e fases geracionais o aborto ocorre, não é algo das jovens irresponsáveis. O que as separa, de verdade, é quanto de dinheiro elas têm pra fazer o aborto. Pra quem pode pagar há a segurança nas clínicas caras, para as mais pobres sobra o cytotec, açougueiros, chás..."
Liliane Oliveira é diretora de Mulheres da UNE e militante do Coletivo Nacional Enegrecer
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