Representantes de sete cidades do Sul Fluminense se reuniram durante a manhã de sábado na Biblioteca Municipal de Barra Mansa, no Palácio Barão de Guapy, para a primeira reunião ampliada para o Fórum Regional de Promoção da Igualdade Racial do Sul Fluminense.
Além do município-sede, participam do encontro professores, alunos, representantes de movimentos em prol da igualdade racial e representantes de governo de Volta Redonda, Resende, Quatis, Barra do Piraí, Pinheiral e Engenheiro Paulo de Frontin.Segundo Helbson de Ávila, coordenador geral do fórum, o objetivo do encontro foi levantar propostas para a elaboração de um documento que será entregue ao Ministro da Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira.
- No segundo semestre, o ministro virá a Volta Redonda e entregaremos o documento em mãos com as nossas propostas de políticas e ações para acabar com a discriminação racial no Brasil - afirmou.O encontro foi dividido em três momentos: abertura, apresentação do regimento e abertura para a participação dos presentes. Durante o fórum, os participantes expuseram suas expectativas, propostas e situações de cada cidade representada.
- Essa é nossa primeira reunião ampliada em Barra Mansa e trouxemos representantes de outros seis municípios. Nossa meta é conseguir, nas próximas, abranger todas as cidades do Sul Fluminense - disse Helbson.A vice-presidente no Sul Fluminense da Anneb (Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil), Maria de Fátima Lina da Silva, também participou do encontro. Ela contou que faz parte do movimento desde o início.
- É bom ver que as cidades (os governos municipais) estão sentindo a necessidade de se criar órgãos em defesa da igualdade social e racial, como as secretarias de assistência social, por exemplo. E é bom destacarmos que tudo que acontece hoje, em termos de políticas públicas de igualdade racial é resultado da luta desses movimentos que ganham cada vez mais força - ressaltou.
Quem também participou da reunião e sugeriu propostas foi a deputada estadual Inês Pandeló (PT). Atualmente, a deputada é vice-presidente da Comissão contra a Discriminação de Cor, Raça, Etnia e Religião, da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Inês também atua como presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, e membro da Comissão de Cultura, ambas da Alerj.
- Tenho me integrado mais nessa questão da discriminação racial. Este ano apresentei dois projetos na assembleia, considerando herois do estado do Rio de Janeiro Manoel Congo e Marianna Crioula. Eles viveram entre Vassouras e Paty do Alferes e comandaram a maior rebelião de escravos do Vale do Paraíba Fluminense. Cultuamos os herois negros nacionais, mas sabemos e falamos muito pouco sobre os nossos herois regionais - informou a deputada.
Inês contou que existe ainda um projeto de lei que insere no currículo dos cursos de formação de professores um curso sobre "Diversidades e Cidadania". Assim, de acordo com a deputada, os professores aprenderão a abordar a questão da igualdade social dentro das disciplinas corriqueiras, como matemática e ciências.
- Não podemos cobrar dos professores algo que não lhes é ensinado. Acredito que a igualdade pode ser aprendida na sala de aula todos os dias, não apenas em datas comemorativas. Para se ter uma democracia de verdade, é preciso olhar a sociedade com suas diversidades e não como uma massa única – defendeu.
Fonte: Diario do Vale on line
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