segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Brasília recebe o 3º Encontro Nacional de Conselhos de Juventude

Discutir e compartilhar experiências relacionadas às políticas públicas de juventude é objetivo do encontro, que teve início no domingo (28) e pretende fortalecer a rede nacional de conselhos.
Promovido pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), a 3ª edição do Encontro Nacional de Conselhos de Juventude acontece em Brasília. Desde o dia 28 e até terça-feira (30), cerca de 230 pessoas, representantes de 97 Conselhos Municipais e 15 Conselhos Estaduais de Juventude de todo o Brasil, participam de reuniões e grupos de trabalho ao longo dos dois dias de programação.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, também está entre os convidados de um dos debates da segunda-feira (29), que se baseia em três eixos: balanço das políticas públicas de juventude durante o governo Lula; papel dos conselhos de juventude e, desafios e prioridades das políticas públicas de juventude para o próximo governo. Esse debate será provavelmente um dos pontos altos do Encontro, na opinião do presidente do Conjuve, Danilo Moreira. Ele aponta que é grande a expectativa quanto às políticas para a juventude no próximo governo. "A avaliação foi positiva no governo Lula. Mas agora todos querem pensar pra frente".

A conselheira e diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marcela Rodrigues, defende que o 3º Encontro será extremamente importante para a formação e fortalecimento da rede de conselhos estaduais e municipais e sua capilarização, que dará mais fôlego ao Conjuve nas futuras conquistas. "Em 2010, declarado pela Unesco como o Ano da Juventude, temos muito a comemorar: a aprovação da PEC juventude e do Estatuto da Juventude, além da convocação da 2ª Conferência Nacional. Agora, como novo governo, temos a expectativa de entrar ainda mais forte na implantação das políticas públicas para a juventude (PPJ)", declarou Marcela, que no Conselho é a coordenadora da Comissão de Parlamento – por onde passaram os projetos de marco legal.

Criado em 2005, o Conselho Nacional de Juventude tem, entre suas atribuições, a de formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude, desenvolver estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica dos jovens e promover o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais.

Juventude em debate

Na abertura estiveram presentes o Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, e o diretor da Organização Iberoamericana de Juventude (OIJ), Alejo Ramirez. Para o encerramento, no dia 30, é esperada a participação do ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Na terça-feira (30), o debate abordará a construção da 2ª Conferência Nacional de Juventude e o papel dos conselhos de juventude na organização e no fomento da discussão dos eixos temáticos nos locais de atuação.

Rapidinha da Semana: Juventude e os movimentos sociais.

"Para o jovem ser uma grande liderança no movimento social ainda é preciso parecer um 'adulto'."

Por Bernardo Cotrim e Elisa Guaraná durante ato de lançamento do livro do Anderson Campos, 6ª à noite no Sisejufe.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Prefeitura de Fortaleza traz historiador Tariq Ali na 3ª edição do projeto Tópicos Utópicos


Para a terceira edição do projeto Tópicos Utópicos, a Prefeitura Municipal de Fortaleza traz o historiador, escritor, cineasta e ativista político britânico paquistanês Tariq Ali. Com o tema “Os fundamentalismos e os desafios democráticos”, o evento acontece hoje (25), às 19 horas, no Mercado dos Pinhões.

No debate, Tariq Ali fará uma explanação sobre a relação entre os fundamentalismos religioso e imperial, apontando como estes interferem na disseminação de instituições e valores ditos democráticos. Neste contexto mundial globalizado, Tariq pode nos possibilitar um olhar menos ocidental do que o costumeiramente apresentado para o cidadão comum. Após o debate, o escritor autografará seu livro: “O Poder das Barricadas”, de 2008 da Boitempo Editorial.

O Tópicos Utópicos é um convite ao pensamento sobre a conjuntura mundial atual. Com quatro encontros anuais, a intenção é referenciar Fortaleza como polo de reflexão sobre política, economia, cultura, meio ambiente. O projeto é realizado através da parceria entre a Comissão de Participação Popular, a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Editora Boitempo e a Escola Nacional Florestan Fernandes.

O primeiro encontro, ocorreu em maio deste ano e teve como convidado o filósofo Domenico Losurdo. Já em outubro, Fortaleza recebeu o sociólogo Michael Löwy. Em dezembro, o projeto encerra os debates de 2010 com a presença do sociólogo Emir Sader, no dia 11 de dezembro.

Tariq Ali
Nascido e criado em Lahora (então parte da Índia colonial), atual Paquistão, no seio de uma família comunista. Tariq Ali estudou na Universidade do Punjab, mas por causa de seus contatos com movimentos estudantis radicais e temendo por sua segurança, seus pais o enviaram à Inglaterra. Em uma nova Universidade, Oxford, cursou ciências políticas, economia filosofia.

Entretanto, sua personalidade só pôde ser verdadeiramente notada durante a Guerra do Vietnã (1959-75). Ocasião em que manteve debates com personagens centrais, tais como Henry Kissinger*. E ainda na década de 60, fez amizade com figuras influentes como Malcolm X (ativista negro dos Direitos Humanos nos EUA), Stokely Carmichael (ativista negro do Movimento dos Direitos Civis nos EUA), Mick Jagger, John Lennon e Yoko Ono.

Publicou mais de uma dezena de livros sobre história e política internacional, além de várias novelas ficcionais. Seu livro mais recente é "The Obama Syndrome: surrender at home, war abroad", de 2010.

:: SERVIÇO
Tópicos Utópicos com Tariq Ali
Data: Quinta-feira, 25 de novembro
Horário: 19h
Local: Mercado dos Pinhões (entre as ruas Gonçalves Ledo e Ten. Benévolo)

TRANSMISSÃO AO VIVO:

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Rapidinha da Semana 2: Lula x Serrojas


"Eu perdi 3 eleições, podia perder mais duas, mas não faria a desfaçatez da bolinha de papel"

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Coletiva com Lula: vitória dos blogs sujos

Por Altamiro Borges

Está confirmada para amanhã, 24, a primeira entrevista de um presidente da República do Brasil para a blogosfera. Lula falará com dez blogueiros de várias partes do país. A coletiva, que terá início às 9 horas, será transmitida ao vivo pelo Blog do Planalto e os internautas poderão participar, fazendo perguntas, através do chat.

A força da blogosfera

A entrevista se reveste de importante significado. Comprova a força que adquiriu a blogosfera progressista na fase recente. Durante a campanha eleitoral, o candidato demotucano, José Serra, com amplo respaldo da mídia oligárquica, ficou irritado com a cobertura jornalística independente, e muitas vezes irrevente, da blogosfera. Em várias ocasiões, como no discurso golpista que fez aos generais de pijama do Clube Militar, ele acusou os "blogs sujos" pelas dificuldades da sua campanha.

No extremo oposto, o presidente Lula, alvo de violento e desonesto cerco midiático, chegou a produzir um vídeo destacando o papel da blogosfera na luta de idéias na sociedade. Em vários momentos da campanha, ele criticou os jornalões, que "viraram partido político", a revista Óia (a famigerada Veja) e algumas emissoras de TV pela postura de cabos eleitorais do candidato da direita. Lula conclamou os internautas a produzirem conteúdo para se contrapor às manipulações da mídia.

Papel revelevante na eleição

Em recente debate, os coordenadores da campanha nas rede sociais dos três principais candidatos - Marcelo Branco (Dilma), Soninha Francine (Serra) e Caio Túlio (Marina) - afirmaram que a internet teve um papel decisivo nas eleições de 2010. A exemplo do que já ocorre nos EUA e na Europa, ela permitiu maior participação da sociedade e garantiu maior diversidade de opiniões. Alguns chegam a afirmar que a internet só foi superada pela cobertura mais massiva da televisão, superando jornais e revistas.

Ao convocar uma coletiva com a blogosfera, o presidente Lula reconhece a força da internet e sinaliza uma preocupação mais efetiva dos atuais ocupantes do Planalto com a democratização dos meios de comunicação. Entrevistas com "autoridades" deixam de ser uma exclusividade dos monopólios midiáticos. Os "blogs sujos", que não se omitiram no embate de idéias, ganham pontos e passam a um novo patamar na disputa de hegemonia no país.

Organizar o segundo encontro

No final de agosto, cerca de 330 internautas de 19 estados realizaram o I Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, em São Paulo. Eles são os responsáveis pela vitória da entrevista com Lula. Agora, é preciso fortalecer ainda mais o movimento da blogosfera progressista no Brasil. Não dá mais para ninguém negar o seu papel na sociedade. O segundo encontro nacional está previsto para maio e deve ser precedido pelos encontros estaduais. É preciso investir todas as energias na sua organização, garantindo o caráter amplo e plural deste movimento democratizador.

Rapidinha da Semana: Milton Temer no twitter.


"Meliante de classe média alta e a para mídia conservadora, é 'jovem'.Favelado assassinado em invasão policial é sempre 'traficante'.Por que será?"

Milton Temer nos leva a uma reflexão em uma de suas twitadas.

PT destaca vitória do povo nas eleições e alerta sobre os desafios do novo governo

Do Portal do PT

O Diretório Nacional do PT aprovou em reunião realizada nesta sexta-feira (19), em Brasília, resolução política com análise da vitória alcançada nas eleições 2010 e alerta o conjunto do partido a respeito dos grandes desafios que o país tem pela frente.

Leia abaixo a íntegra do documento aprovado:

Uma grande vitória

A força do povo foi o fator determinante da vitória de 31 de outubro.

A direção nacional do Partido dos Trabalhadores saúda os milhões de brasileiros e de brasileiras, especialmente as centenas de milhares de ativistas dos partidos e movimentos sociais, que saíram às ruas para eleger Dilma e evitar a volta das forças do atraso, com seu discurso raivoso e de extrema-direita.

A eleição de Dilma Roussef garante a continuidade e o aprofundamento das mudanças iniciadas com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva em 2002. A escolha de uma mulher para o principal cargo do país constitui, em si, um símbolo desta transformação.

Além de eleger Dilma, o PT passou a ter a maior bancada da Câmara, com 88 deputados, e aumentou de oito para 14 o total de senadores. Juntos, os partidos que apoiaram nossa candidata construíram maioria nas duas casas. Nos Estados, a base elegeu 15 dos 27 governadores, dos quais cinco do PT.

A companheira Dilma recebe um país muito diferente daquele que Lula encontrou em 2003. O Brasil de hoje superou a estagnação e retomou o crescimento, combinando-o com a inclusão social e a distribuição de renda. Mudanças que ocorreram em clima de fortalecimento da democracia.

Apesar disto, não nos devemos deixar dominar por um otimismo irresponsável que nos impeça de ver e, sobretudo, enfrentar os grandes desafios que ainda temos pela frente, entre os quais destaca-se o objetivo determinado por Dilma: eliminar a pobreza absoluta do país.

O Partido e o Governo deverão dedicar uma especial atenção à evolução da situação internacional, dominada por grandes incertezas no plano econômico e político, dos quais a “guerra cambial” é apenas um dos sintomas.

No plano interno, está colocada a urgência da reforma político-institucional e da democratização da comunicação. Caberá ao partido, ainda, ajudar na renovação da cultura política do país. Respeitando a liberdade de imprensa e de expressão, o PT tem de realizar um debate qualificado acerca do conservadorismo que se incrustou em setores da sociedade e dos meios de comunicação. Medidas essenciais para superar o descrédito de amplos setores de nossa sociedade para com partidos e instituições.

Ao PT caberá a complexa tarefa de ser a principal força de sustentação do Governo Dilma, ajudando a organizar e ampliar a participação da sociedade, especialmente a juventude, em favor das demandas democrático-populares.

Cabe ao partido, respeitando convicções religiosas e ideológicas, enfatizar o caráter laico do Estado brasileiro, defendendo todos aqueles segmentos da sociedade que foram e são historicamente discriminados.

Como partido de esquerda e socialista, caberá ao PT continuar defendendo sua plataforma congressual, para que o Brasil continue avançando e se consolide como uma democracia moderna, soberana, economicamente sustentável, e que permaneça como referência para todos os que lutam por um mundo mais justo, mais democrático, mais fraterno, menos desigual e sem preconceitos.

No limiar de um novo período de nossa história política, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores celebra o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como responsável pela mais profunda transformação de nossa história recente. Está seguro de que a obra destes últimos oito anos terá continuidade e grandes avanços nos próximos quatro anos, com a intensa participação do povo brasileiro.

Brasília, 19 de novembro de 2010.

Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

Plenária do Bem Comum! Participe!


O Grupo do Bem Comum vai realizar uma plenária para produzir um balanço dessas eleições e definir os próximos passos.

Uma reunião de peso, com a participação das pessoas que realizaram uma das mais bonitas campanhas no 1º e no 2º turno das eleições deste ano.


O encontro será no dia 27 de novembro, próximo sábado, às 17 horas, no Salão de Festas da Igreja Santo Antônio Zacharia, no Tanque (Av. Geremário Dantas, 101, Largo do Tanque, Jacarepaguá). Contará com a presença de Robson Leite, do Senador eleito Lindberg Farias e do Presidente do PT-RJ e Deputado Federal Luiz Sérgio.


A sua participação é fundamental! Seguiremos juntos!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Incidente no dia da Consciencia Negra ocorrido no Rio de Janeiro‏

Por Glória Ramos


Companheiros e Companheiras,

Cumpre-me informar incidente lamentável ocorrido na manhã do dia 20 de novembro em frente ao palanque onde ocorriam as atividades comemorativas pelo dia da Consciência Negra.
Haviam dois trabalhadores com duas bandeiras da CUTRJ localizados em frente ao palanque. Em determinado momento um rapaz pega um deles pelo braço, o que carregava a bandeira maior, e o desloca para a calçada alegando que a bandeira atrapalhava a filmagem do evento.
Eu vi o rapaz, que se dizia da organização do evento, conduzindo o que portava a bandeira e intervi. Levei o “porta bandeira” de volta para a cena no meio do evento quando fui abordada pelo tal rapaz que se dizia da organização. Ele disse que a bandeira atrapalhava a filmagem da globo. Eu retruquei dizendo que a globo filmasse a bandeira ou que se posicionasse em outro lugar. Ele disse: “Sabe o que vc é? Uma fdp.
Eu o respondi! E a bandeira ficou no lugar.
Quero lamentar que pessoas tão despreparadas sejam envolvidas em atividades públicas e desrespeitem outro(a)s trabalhadores e trabalhadoras achando que podem tomar conta de todo o pedaço e que nós devemos nos colocar em lugar que não os atrapalhe.
Eles não tinham noção de que a festa era nossa e que deveria ser registrada a nossa movimentação sem exclusões.
Mais uma vez registra-se um movimento excludente e discriminatório que teve como objeto central a bandeira da Central – CUT.
Tal incidente se deu da mesma maneira em 2009 quando pelo mesmo motivo e pelos mesmos protagonistas a bandeira da CUT foi retirada da cena por uma jornalista da globo. Desta vez eles mandaram um rapaz não identificado com a emissora. Mas um rapaz que ainda perguntou meu nome e eu lhe respondi, nome e sobrenome.
O incidente foi comunicado ao presidente do CEDINE, por companheiros que testemunharam o incidente.
Observei que faziam parte da dita organização jovens branca(o)s, inclusive uma moça veio de forma intempestiva se meter na situação, mas foi afastada pelo próprio grupo, quando os companheiros chamaram o Coordenador do evento.
Imagino que estes jovens, talvez estagiários inábeis e com pouca competência recebam algum benefício para “colaborarem” com a atividade. O que me faz perguntar, já que se trata de uma atividade da consciência negra promovida por estado e prefeitura, porque a organização era tão, inabilmente, branca? Talvez se fossem jovens negros e negras estes saberiam respeitar pessoas negras mais velhas e também a Central Única dos Trabalhadores.
Como considero sempre todas as situações, principalmente as adversas, educativas, recomendo que a organização envolva mais a juventude negra e prepare a todos e todas melhor, entendendo quem são as representações que prestigiam o evento. Até porque a emissora não estava lá prestigiando.
Encerro este relato, mais uma vez lamentando o fato e verificando que ainda temos muito que fazer pelo combate ao racismo, ao machismo, à intolerância religiosa e todas as formas de preconceito e discriminação.

Atenciosamente,
Glorya Ramos
Secretária de Igualdade Racial da CUT RJ

13º CONEB vai reunir no Rio 4 mil estudantes de todo o Brasil



De 14 a 17 de janeiro, a capital fluminense vai receber estudantes de todos os estados do país para atualizar a agenda de lutas do movimento estudantil


Os estudantes brasileiros se preparam para um novo momento de lutas, quando o país entrará em um importante processo político com a posse da nova presidente do país, Dilma Rousseff. Os desafios e possibilidades nesse período são inúmeros e é a força da mobilização do movimento estudantil nas ruas que vai garantir os avanços para a educação. É nesse clima que a UNE convoca para os dias de 14 a 17 de janeiro, no Rio de Janeiro, o seu 13º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB).

Um dos principais fóruns do movimento estudantil, o CONEB da UNE é uma instância deliberativa que vai atualizar a opinião e o posicionamento da entidade acerca de diversos temas, como os rumos do desenvolvimento econômico e social do Brasil, políticas para a juventude, mídia e comunicação, questão agrária, saúde, assistência estudantil, educadores, trabalho, Reuni, Prouni, entre muitos outros assuntos de interesse dos estudantes brasileiros.

O evento será ainda uma atividade integrada à 7ª Bienal da UNE, que acontecerá na sequência, entre os dias 18 e 23 de janeiro, também na capital fluminense.

"Nas ruas de hoje o Brasil do amanhã"
Aproximadamente 4 mil estudantes são esperados nos quatro dias do CONEB, no qual acontecerão mais de 20 mesas de debates e grupos de discussão. O tema escolhido para o 13º CONEB da UNE é “Nas ruas de hoje o Brasil do amanhã”, e traz para a reflexão o sentido da universidade nos tempos atuais e a projeção de um novo Brasil a partir da educação.

Serão quatro dias de intensas discussões que culminarão em uma plenária final, na qual os delegados eleitos nas universidades de todo o Brasil aprovarão um documento que vai reunir as propostas da UNE para o próximo período. O objetivo da UNE é sair do 13º CONEB com uma pauta renovada. Um dos desafios que se coloca é a aprovação do um Plano Nacional de Educação, que dê as diretrizes do Sistema Nacional de Educação. Os centros e diretórios acadêmicos apontarão ainda que caminhos o movimento deverá seguir. A materialização e amadurecimento das pautas resultantes do 13º CONEB darão a tônica de uma ampla Jornada Nacional de Lutas programada para março de 2011.

"O 13º CONEB tem a missão também de preparar a UNE e os estudantes para participar de importantes momentos em 2011, como a Conferencia Nacional de Juventude. Será um ótimo espaço de mobilização, do qual sairemos com propostas de grandes mobilizações para concretizarmos as pautas do movimento estudantil", avalia o vice-presidente da UNE, Tiago Ventura.

“Através do 13º CONEB teremos condições de qualificar melhor nossa pauta de reivindicações direcionadas ao novo governo que assumirá em 2011. O Conselho cumprirá papel de tratar mais da educação e mobilizar os estudantes brasileiros”, antecipa o secretário-geral da UNE, Antonio Henrique.

Credenciamento
“Seja por meio dos CAs, DAs, CUCAs, empresas juniores, núcleos de pesquisa e extensão, todo e qualquer estudante que se organiza de alguma maneira dentro das universidades está convocado para fazer parte do 13º CONEB. É a partir das decisões tomadas por este Conselho que conseguiremos avançar na busca de mais qualidade na educação”, afirma o diretor de Relações Internacionais da UNE, Daniel Iliescu.

Qualquer estudante do Brasil pode participar do 13º CONEB. Para isso, basta procurar o Diretório Acadêmico (DA) ou Centro Acadêmico (CA) da Instituição de Ensino Superior, que deverá fazer o credenciamento. Os estudantes podem ser credenciados como observadores e delegados. Para participar como delegado, com direito a voto na plenária final, é preciso ser indicado como representante de sua entidade, preencher a ata de eleição e enviar os documentos solicitados no regulamento do CONEB.

O credenciamento será realizado dia 8 de dezembro, nos estados de origem de cada entidade. Lembrando que delegados, suplentes ou observadores pagam uma taxa de R$ 100,00. O pagamento da inscrição assegura direito ao alojamento e a alimentação.

7ª Bienal da UNE
Abrindo a série de mega-eventos desta década na cidade do Rio de Janeiro, a 7ª Bienal da UNE, maior festival estudantil da América Latina, ocupará a cidade maravilhosa entre os dias 18 e 23 de janeiro. Prenunciando a movimentação da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, cerca de 10 mil jovens de todas as regiões do Brasil e também do exterior participarão de uma intensa programação de atividades culturais, científicas e esportivas, em diversos espaços da capital. A Bienal, que completa 12 anos de experimentação e valorização da identidade nacional, traz desta vez o tema “Brasil no estandarte, o samba é meu combate”.

SPD: SÓ PRA DESCONTRAIR



Público grita"bolinha de papel" para Serra durante show de Paul McCartney


Cley Scholz

O ex-governador de São Paulo José Serra, candidato derrotado à presidência da República, esteve ontem na área VIP do show de Paul McCartney. Assim que foi reconhecido pelo público, ouviu o coro “bolinha de papel! bolinha de papel!”, referência ao episódio do dia 21 de outubro quando, durante a campanha, foi atingido por um rolo de fita adesiva e também por uma bolinha de papel durante uma caminhada no Rio de Janeiro.

Serra retirou-se da frente do público, embora não corresse risco já que os organizadores proíbem a entrada, entre outras coisas, de “papel em rolo de qualquer espécie, jornais e revistas”.

UNE e UBES na delegação da Federação Mundial das Juventudes Democráticas


As entidades e demais representantes da FMJD serão recebidas nesta segunda-feira (22) pelo secretário Nacional de Juventude e pelo presidente do Conselho Nacional de Juventude

Nesta segunda-feira (22), às 16h, o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, e o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Danilo Moreira, receberão uma comitiva da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD). Entre os integrantes da comitiva estão o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick, e o presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas. Na pauta está a organização do Festival Mundial da Juventude, que acontece entre os dias 13 e 21 de dezembro, em Joanesburgo, África do Sul.
A delegação também é composta pelo presidente da Agência de Desenvolvimento Juvenil da África do Sul, Andile Lungisa, e pelo vice-presidente da FMJD/América Latina, André Tokarsky. Na reunião, será discutido o papel da participação brasileira no evento.
Antes de visitar a Secretaria Nacional de Juventude o grupo participará de almoço com o comitê preparatório do Festival. Na terça-feira (23), a agenda será no Congresso Nacional. Pela manhã, a delegação participa de reunião na Comissão de Educação do Senado Federal, onde Andile Lugisa fará pronunciamento. À tarde, serão recebidos por uma comissão de parlamentares na Câmara dos Deputados.
A agenda da comitiva no Brasil se encerra na quarta-feira (24), quando deve ser recebida pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci.

17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes

O Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes é um evento organizado pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), em conjunto com o movimento estudantil mundial. O Festival nasceu em 1947, no contexto do mundo pós Segunda Guerra, e logo tornou-se o maior encontro das juventudes progressistas, assumindo importante papel na organização dos jovens do mundo pela paz, contra a guerra, por solidariedade entre os povos e contra o imperialismo.
Com o tema "Por um Mundo de Paz, Solidariedade e Transformações Sociais, Derrotemos o Imperialismo", o evento acontece na África do Sul, entre os dias 13 e 21 de dezembro de 2010, na cidade de Joanesburgo. Na pauta reflexões sobre a importância das potências médias no cenário mundial, transformações sociais e análise de experiências de países de expressão na geopolítica mundial.
A delegação brasileira espera aprofundar as relações com os países africanos, principalmente nas áreas econômica e cultural, além de avançar na solidariedade e integração entre os povos e socializar a experiência do país na construção de um mundo de paz, solidariedade e transformações sociais.

Fonte: http://comunicaubes.blogspot.com/

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Chico Buarque e a saudade do meu Rio

"A canção de Chico faz-me lembrar longos 5 anos de moradia no Rio."


Carioca - Chico Buarque

Gostosa
Quentinha
Tapioca
O pregão abre o dia
Hoje tem baile funk
Tem samba no Flamengo
O reverendo
No palanque lendo
O Apocalipse
O homem da Gávea criou asas
Vadia
Gaivota
Sobrevoa a tardinha
E a neblina da ganja
O povaréu sonâmbulo
Ambulando
Que nem muamba
Nas ondas do mar
Cidade maravilhosa
És minha
O poente na espinha
Das tuas montanhas
Quase arromba a retina
De quem vê
De noite
Meninas
Peitinhos de pitomba
Vendendo por Copacabana
As suas bugigangas
Suas bugigangas

Kizomba - Festa da Raça (Martinho da Vila)


Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sacerdote!
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Que magia
Reza Ageum e Orixás
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sacerdote!
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Que magia
Reza Ageum e Orixás
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi
Valeu Zumbi, Valeu Zumbi, Valeu Zumbi
Valeu Zumbi!

Sugestões da Bancada do PT para a nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Angra

Por maioria, o diretório do Partido dos Trabalhadores de Angra aprovou na última terça-feira, 16/11, o documento-carta da Bancada direcionado a chapa que está sendo formada pelos demais vereadores CMAR. Discutido a fundo, o documento será entregue ao candidato a presidência do Legislativo Municipal para o biênio 2011-2012, vereador José Antônio Azevedo (PCdoB), com 13 pontos sugestivos para a próxima Mesa Diretora.

Segue a íntegra do documento
Por uma Mesa Diretora que valorize e fortaleça os princípios da Democracia, da Transparência e Participação de todos, no processo legislativo de nossa Casa Legislativa – Biênio 2011 /2012.

A bancada do Partido dos Trabalhadores e a sua Executiva Municipal vêm a público sugerir pontos que julgamos necessários para a construção de uma Mesa Diretora capaz de dar um novo dimensionamento às políticas geridas pela Casa Legislativa. Colocamos a primazia e o respeito pela 'coisa pública' como uma questão republicana, com princípios éticos e morais.

São princípios e propostas que apresentamos aos postulantes da nova Mesa para o biênio de 2011 e 2012, e que queremos contribuir com a sua implementação.

1 – Assegurar representação proporcional dos partidos com Bancada na Casa nas composições da Mesa Diretora, das Comissões Permanentes eEspeciais;

2 - Manifestamos o desejo da Bancada do PT, em presidir as comissões de Saúde, e de Assistência à Mulher, além de participar, como membro, das comissões de Meio Ambiente, Justiça e Orçamento;

3- Reestruturação e criação das Comissões Permanentes desta Casa, com assessoria técnica para assegurar mais eficiência e eficácia nas discussões das matérias e demais assuntos de interesses de nossa municipalidade;

4- Garantir a todos os Vereadores(as), o conhecimento antecipado da pauta das sessões e o conteúdo das matérias em discussão, através de reuniões com as Lideranças de Partidos. Obedecer também à ordem cronológica de protocolo das proposições legislativas, garantindo a entrada de todas na pauta;

5- Para efeito de Transparência e respeito à pluralidade, será necessário rodízio nas relatorias em matérias e comissões que já existem e as que possam existir;

6- Reavaliar a atual estrutura administrativa da Casa, inclusive os seus custos, mas, ao mesmo tempo, consolidando seu corpo técnico legislativo, através de concurso publico;

7- Instituir e aperfeiçoar o uso dos mecanismos de participação popular no processo legislativo, enunciados na Constituição Cidadã de 88 e previsto em nossa Lei Orgânica: 'tribuna livre', Audiências Publicas, Ouvidoria Legislativa, Parlamento Jovem, Projeto de Lei de iniciativa popular e sessões itinerantes para discussão de temas importantes para população;

8- Aperfeiçoar o site da Câmara com maior número de informações, inclusive com a Ordem do Dia da sessão, conteúdo das matérias, transcrição dos debates e resultados das votações;

9- Garantir igualdade de condições e infraestrutura de trabalho para todos os Vereadores (as);

10- Criação de uma comissão plural para estudo da nova TV Câmara, tendo como principio o uso de seu espaço de forma igualitária para a divulgação da ação dos mandatos e, também, o aprimoramento da grade de programação educativa e cultural deste veiculo;

11- Constituição de Comissões Especiais para revisão e atualização doRegimento Interno da Casa, formulação do Código de Ética do Legislativo e revisão da Lei Orgânica Municipal, até o final de novembro de 2010, sendo realizada, ao menos trimestralmente, uma reunião com todos os Vereadores, para apresentação e avaliação do andamento dos serviços;

12- Realização de prestações de contas quadrimestrais da execução do orçamento do Legislativo, através audiências públicas afins;

13- Criação de um Portal da Transparência (no site da Câmara), disponibilizando aos cidadãos, através da internet, dados como contratação, remuneração, cargos e funções de servidores, vereadores e cargos de confiança (CC’s) e outras informações do Orçamento do Poder Legislativo.

As presentes sugestões da Bancada do PT na Câmara Municipal, têm oendosso do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores em Angra dos Reis, conforme deliberado pela maioria de seus integrantes em renião pública.

ATO SHOW!!! É HOJE!!!!


O Grupo Ylá-Dudu de Consciência Negra Promove hoje, 19/11, o Ato Show dando início as festividades de 20 de Novembro - DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
A atividade está marcada para acontecer às 18h na PRAÇA ZUMBI DOS PALMARES.

"O Racismo e Capitalismo são duas faces da mesma moeda"
Steve Biko.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Secretaria de Formação Política e Setorial de TI do PT-RJ convidam a militância‏


RELEASE

Livro discute "trabalho indecente" de jovens

O mundo do trabalho é, frequentemente, alvo de investigações acadêmicas ou de esforços descritivos que buscam compreendê-lo melhor, nas particularidades de cada momento histórico, e assim, instrumentalizar a militância sindical para os embates da luta de classes.

Neste início de século XXI, um elemento fundamental do mundo do trabalho é a questão da juventude - seja pela necessidade de trabalhar e suas nuances, seja pela ausência de trabalho ou sua precarização. Para contribuir com esse debate, o sociólogo Anderson Campos, especialista em Economia do Trabalho e Sindicalismo pelo Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho, da Unicamp e assessor político da CUT, lança o livro Juventude e ação sindical: Crítica ao trabalho indecente, buscando problematizar de que forma se dá a inserção dos jovens no mercado de trabalho e os impactos dessa presença para a luta por "trabalho decente", bandeira do movimento sindical em defesa de direitos trabalhistas e contra a flexibilização, precarização e informalização do trabalho.

Prefaciado pelo economista Márcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), o livro aborda temas atuais como a questão do estágio, as políticas públicas de proteção social da juventude e a sindicalização de trabalhadores/as dessa faixa etária. "O assunto sindical também se torna estratégico para uma massa juvenil que envolve cerca de 50 milhões de brasileiros", afirma Pochmann.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT, destaca que "a baixa estruturação do mercado de trabalho brasileiro afeta mais fortemente os jovens, que na média, tem uma inserção precária, instável e insegura; e talvez o mais grave dessa inserção precária no presente, seja o futuro".

De acordo com o autor, a intenção do trabalho é buscar uma ação sindical de jovens integrada à agenda do sindicalismo combativo, e ao mesmo tempo, que essa ação possibilite a renovação da mesma agenda.

Juventude e Ação Sindical: crítica ao trabalho indecente

Anderson Campos

Rio de Janeiro: Editora Letra e Imagem, 2010

Sumário

Prefácio | Marcio Pochmann

Introdução

I. Situação da juventude no mercado de trabalho brasileiro

Juventude e emprego na década atual

O padrão de inserção ocupacional de jovens no Brasil

Desemprego Vínculos de trabalho Jornada de trabalho

Trabalho doméstico Saúde do trabalhador Remuneração

Origem social e futuro precário

II. A precarização das relações de emprego e a juventude trabalhadora brasileira

Sentido da flexibilização das relações de trabalho

Ofensiva ideológica: empregabilidade e empreendedorismo juvenil

Estágio: ato educativo ou fraude trabalhista

O trabalho estágio Liberdade empresarial para o uso fraudulento dos estágios Ação sindical Aliança sindical e estudantil

III. Políticas públicas para a juventude: trabalho decente e proteção social

Trabalho decente

O emprego juvenil na plataforma da OIT

Indicadores do déficit de trabalho decente de jovens

A promoção do trabalho decente de jovens no Brasil, segundo a OIT

Políticas Públicas para proteção social da Juventude

Políticas de assistência estudantil

IV. Sindicalização de jovens

Sindicalização e trabalho no Brasil

Sindicalização de jovens

Impactos culturais da sociedade de mercado

A política não está descartada

V. Alianças sociais e políticas da juventude sindical

A experiência da juventude da CUT

Sentido das alianças sindicais

Disputa ideológica na “sociedade civil”

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres...

Aliança com o movimento estudantil

Unificação das lutas juvenis

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

As cotas para negros no ensino superior e o biopoder


Há alguns anos vêm sendo discutidas as reservas de vagas (mais conhecidas como cotas) para negros nas universidades públicas do país. As cotas consistem em uma das modalidades das políticas de ação afirmativa para o combate à discriminação racial (uma das formas de manifestação do racismo) e são implementadas seja por força da autonomia universitária, ou através de leis estaduais que conjugam critérios monetários como forma de aferição da hipossuficiência dos candidatos a critérios étnico-raciais, dentre outras especificidades observadas em cada caso.

É importante destacar que a adoção dessas medidas somente pode ser compreendida no âmbito da resistência realizada com mais intensidade a partir da década de 1990, e protagonizada por jovens moradores das periferias e favelas de cidades como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Esses jovens, em sua maioria negros, mestiços e oriundos das camadas mais pobres da sociedade, imprimiram um caráter novo a um elemento da agenda política dos movimentos negros que pode ser observado, pelo menos, desde o período pós-abolição da escravidão no Brasil: o acesso à educação.

Este aspecto deve ser salientado, pois a educação sempre foi um dos principais eixos norteadores de movimentos tão distintos como a Frente Negra Brasileira da década de 1930, o Teatro Experimental do Negro surgido na década de 1940, ou o Movimento Negro Unificado da década de 1970. Além disso, sempre foi uma pauta importante para o movimento de mulheres negras que iniciou o seu processo de ruptura com o movimento feminista brasileiro, na década de 1980, e que se consolidou na década de 1990, ao se organizar, principalmente, sob a forma de organizações não-governamentais – ONG’s.

Neste sentido, a reivindicação de um acesso mais democrático ao ensino superior, principalmente nas universidades públicas brasileiras, questionou abertamente a estrutura racista de uma sociedade que, por meio de diversos dispositivos do poder estabelece novas formas de gestão da vida da população. Esta gestão da vida maleável, flexível relega grandes contingentes da população aos mais baixos estratos da sociedade. Além disso, perpetua a existência dessas desigualdades através de práticas e discursos que aliam as diferenças econômicas existentes entre os grupos sociais aos estereótipos étnicos e raciais, atribuídos principalmente a indígenas e negros.

Além disso, a resistência organizada através de pré-vestibulares populares, tais como o Pré-Vestibular para Negros e Carentes – PVNC, a Educafro e a Organização Steve Biko, embora tenham origens distintas e sigam caminhos, algumas vezes divergentes, inovaram ao suscitar questões relacionadas ao trabalho, à gestão dos territórios, à formulação de políticas públicas que não passavam necessariamente pelos sindicatos, partidos políticos ou pelo Estado. Seu discurso era centrado em uma concepção de cidadania que deveria ser conquistada a partir da organização coletiva e a cultura aparecia menos como reforço de uma identidade “racial” ou “étnica” homogênea e essencialista, do que uma afinidade compartilhada por estes jovens.

A partir desses movimentos, aos poucos foi aumentando o número de universidades públicas que aderiam à implementação das cotas como forma de reduzir as disparidades observadas no corpo discente, e o próprio governo formulou algumas políticas, ainda que limitadas, no sentido de ampliar o acesso desses jovens nas universidades, sobretudo nas instituições privadas. Entretanto, estas medidas têm sido questionadas maciçamente pela mídia e por grupos que vêem seus privilégios seculares ameaçados. É preciso evitar que os pobres, negros e mestiços venham disputar os espaços que sempre foram tranquilamente ocupados por determinados grupos da sociedade. O racismo brasileiro já não consegue manter sua aparente “cordialidade” (se é que se pode pensar em uma equação como essa).

Assim, multiplicam-se as ações judiciais questionando a legalidade e a constitucionalidade das cotas no ensino superior brasileiro. O Poder Judiciário é chamado a se pronunciar sobre o assunto e se aguarda ansiosamente a palavra final do Supremo Tribunal Federal, principalmente após as audiências públicas realizadas no mês de março deste ano, quando foram apresentados os argumentos contrários e favoráveis às cotas.

Ressalte-se que, no âmbito dos debates acerca das cotas, são mobilizados discursos favoráveis e contrários a essas medidas. No que se refere aos argumentos contrários às cotas, segundo Marcelo Paixão podem ser encontradas seis concepções distintas: liberal, democrático-racial, nacionalista, culturalista contemporânea, funcionalista, marxista e geneticista. Cada uma delas se baseia em perspectivas filosóficas que mobilizam a moral como principal fundamento dos discursos que pretendem a abolição do sistema de cotas das universidades públicas brasileiras.

Em relação ao debate jurídico em defesa das cotas, são mobilizados discursos filosóficos pautados no reconhecimento, tal como o de Axel Honneth, que reativa o pensamento do Hegel da juventude. Ou, ainda, em autores que buscam estabelecer uma conciliação entre reconhecimento e redistribuição a partir de uma operação que retira toda a dimensão ética da discussão, como defende Nancy Fraser. Outros procuram centrar sua defesa jurídica no âmbito das teorias constitucionalistas norte-americanas, como por exemplo, na teoria do impacto desproporcional e na da discriminação de fato.

Apesar de esses argumentos representarem avanços importantes para a defesa das políticas de ação afirmativa de combate à discriminação racial, notadamente, em relação às cotas para negros no ensino superior, percebe-se que encontram limites na medida em que fortalecem os discursos pautados na moral e, em última instância, toda uma tradição da modernidade que se baseia na filosofia da representação que serve de fundamento para os discursos contra as cotas. Além disso, contribuem para a subsunção da diferença à identidade na medida em que reforçam o estabelecimento de critérios que acabam renovando os estereótipos fenotípicos e culturais de certos grupos.

Dessa forma, é preciso pensar as políticas de ação afirmativa como parte de um processo mais amplo de constituição de uma sociedade diferente. Deve-se lutar por estas medidas não apenas porque se é negro, indígena, pobre, mas pelo direito de ser qualquer coisa que se desejar. É necessário conquistar e defender o direito à diferença para além das identidades que fixam os sujeitos nos seus lugares sociais. O recurso à identidade sempre pode ser manipulado no âmbito dos discursos e práticas engendradas pelo biopoder. A história já o tem demonstrado de diversas maneiras.
Vanessa Santos do Canto

EM DEFESA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E DA SEPPIR

Roque Peixoto

Em torno dos debates que estão rolando nas listas de internet, sites de política e outros intrumentos de comunicação por aí, alguns de nós da JN13, aproveitando a ocasião do Seminário Internacional de Jovens Lideranças Africanas e Afro-brasileiras, debatemos sobre o assunto e para não entrarmos numa discussão fratricida ou armadilhas que prejudiquem o Partido dos Trabalhadores resolvemos escrever um documento em defesa do PT e da SEPPIR. Sabemos que alguns dos nossos acreditam que as tendências vêm primeiro e o PT depois. Para outros o movimento é primeiro a defesa do PT e depois resolvemos nas tendências nomes e caminhos a seguir.
Sendo assim, apresentamos o documento para aqueles e aquelas que se sentirem a vontade em defender o PT e a SEPPIR e em garantir a SEPPIR sobre a gestão de Petistas, seja lá quem a Dilma decidir. A SEPPIR tem que continuar com o PT e precisamos defender isso.
Então segue o documento abaixo, lembrando que não é um documento da JN13. Pois vai que nem todo mundo do núcleo tope assinar.
De preferência, as adesões devem ser encaminhadas até o final do dia de hoje para que possamos postar logo nas listas.

Saudações Quilombolas e Socialistas!!!

EM DEFESA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E DA SEPPIR

A Juventude Negra Brasileira tem protagonizado várias lutas em defesa da promoção da igualdade racial de combate ao racismo. Protagonizou vários momentos, desde a resistência para não serem brutalmente capturados e escravizados em África até a luta por direito a educação, saúde, moradia e políticas de estados que promovam reparação e pela implementação de ações afirmativas.

O Movimento Negro no Brasil tem uma ligação histórica com os movimentos de esquerda brasileiros. Exemplo disso foi a luta contra a Ditadura Militar, a criação do Partido dos Trabalhados e a criação da Central Única dos Trabalhadores.

Nesses momentos participaram muitas e muitos militantes históricos que hoje militam no Movimento Negro Unificado - MNU, na Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN e vem construindo espaços importantes como o Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil – CONNEB.

Com o acúmulo e contribuições dessas pessoas, o Partido dos Trabalhadores sempre teve em seus documentos e resoluções que trouxessem posições sobre a disputa do estado e da sociedade a partir da perspectiva de Raça e Classe. Com esse movimento foi criado a Secretaria Setorial de Combate ao Racismo do PT; e com a experiência da luta e militância social, foi possível propor a criação da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, dando início à aplicação do caderno temático do programa de governo, em 2003, Brasil Sem Racismo.

Com a luta do Movimento Negro e, principalmente, de militantes negras e negros filiados ao Partido dos Trabalhadores, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou a SEPPIR para articular e pautar o Estado Brasileiro sobre a elaboração e aplicação de políticas públicas de promoção da igualdade racial.

Após a criação da SEPPIR, foi possível articular e mobilizar a sociedade brasileira para uma melhor atenção a temática racial e às relações raciais no país. Essas mobilizações possibilitaram espaços de participação e aproximação entre a sociedade civil, sobretudo o Movimento Negro, e as Conferências de Promoção da Igualdade Racial são exemplos de como é possível aproximar o povo da institucionalidade pública. E isso só foi possível porque a SEPPIR está sobre a gestão do PT, que é um partido que tem como prioridade o diálogo constante com os movimentos sociais e a elaboração das políticas públicas a partir das demandas destes movimentos.

Sendo assim, neste momento em que o povo venceu as oligarquias escravocratas deste país representadas pela candidatura tucana; neste momento onde a juventude negra brasileira está inaugurando um novo momento de permanente diálogo com os jovens dos países africanos de língua portuguesa, promovido pela SEPPIR; neste momento em que a juventude negra brasileira participa de uma articulação para a elaboração do um plano para combater a mortalidade da juventude negra, afirmamos que defendemos a gestão SEPPIR até aqui, suas vitórias e avanços e que esta direção precisa ter à sua frente um quadro que seja coerente com estas referências de história e de luta. Apenas com um quadro com estas características à frente da SEPPIR é que o Brasil vai seguir mudando, com o diálogo constante com a sociedade civil, respeitando e sendo respeitada pelo Movimento Social Negro.

José Roque Guimarães Peixoto – Membro do Coletivo Nacional de Combate ao Racismo do PT e militante da CONEN e da JN13/BA

Marta Almeida Filha – Militante do MNU/PE e da JN13/PE

Paulo César Ramos – Militante da CONEN e da JN13/SP

Rodrigo Polycarpo – Assessor Parlamentar da ALERJ e militante da JN13/RJ

Saman Belizário – Militante da JN13/SC

Diego R. de Miranda – GAM e militante da JN13/SP

Daniela Guedes – ONG Negra Sim e militante da JN13/SP

Tatiane Lima – APN’s e militante da JN13/SP

Samoury Mugabi – Membro do Conselho Nacional de Juventude e Militante da JN13/SP

Nadjara Silva – Membro do Conselho Nacional de Juventude, ACBANTU e militante da JN13/BA