sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tragédia no Rio: é necessário desarmar

Matéria retirada do blog do Edu Valdoski


A tragédia no Rio de Janeiro que vitimou 12 crianças, reacendeu a discussão sobre as armas, mais exatamente, sobre a necessidade de se desarmar a sociedade brasileira.


Esta discussão foi tema de plebiscito no ano de 2005, no entanto, naquele momento em meio a crise política do chamado mensalão, os setores progressistas que defendiam o SIM ao desarmamento ficaram na defensiva e o conservadorismo surfou na onda de insegurança.


O chavão muitas vezes repetido é de que seria um contrassenso desarmar o cidadão de bem, enquanto os bandidos seguem armados. Essa afirmação é da profundidade de um poça d’água e ao se observar a realidade do país, vemos que a situação é bem diferente.


Hoje no Brasil morrem em média 100 pessoas vítimas de armas de fogo todos os dias, esse número é maior do que a maioria dos países, inclusive aqueles em guerra. A arma de fogo mata mais do que acidentes de trânsito.


A arma de fogo transforma a natureza dos conflitos, discussões banais passam a ser situações letais. Em São Paulo, quase metade dos assassinatos (46%), a vítima e algoz se conheciam.


A arma de fogo não protege. Ao portar uma arma e reagir em um assalto, a possibilidade da vítima do roubo ser ferido ou assassinado é muito maior. Uma arma em casa, significa multiplicar por 22 vezes as chances de envolvimento em homicídio, acidente ou suicídio.


Os jovens são as maiores vítimas das armas. A cada dia 40 jovens morrem vítimas de arma de fogo no Brasil.


As mulheres também são vítimas de uma sociedade armada. Nas capitais do Brasil, 44,4% dos homicídios de mulheres são com arma de fogo. A maioria delas são assassinadas pelo próprio marido ou parceiro.


Desarmar o cidadão comum, contribui para desarmar os bandidos. No Rio de Janeiro, 30% das armas do crime foi comprada legalmente e acabou caindo nas mãos erradas. Na tragédia do Rio, uma das armas utilizadas no crime, foi comprada legalmente.


Enfim, é preciso enfrentar o conservadorismo. A violência da criminalidade se combate com políticas adequadas de segurança pública.


Dados disponíveis:

Nenhum comentário:

Postar um comentário