"Expor aos oprimidos a verdade sobre a situação é abrir-lhes o caminho da revolução." Leon Trotsky
terça-feira, 22 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Combater a homofobia: Uma Nova cultura política para um Estado laico e uma educação livre de preconceitos
O dia 17 de maio é, amplamente reconhecido como, o dia internacional
de combate à homofobia. É sobre a vida, a solidão, a liberdade e a
justiça que me debruço.
Não há fuga ao regime do medo para os fora da norma heterossexista.
Em um tempo em que as narrativas sobre hegemonia ou binarismos de poder
foram desafiadas por seu caráter totalizante, vivemos sob uma ditadura
binária em matéria sexual: a norma heteressexual oprime todos que não a
reconhecem como legítima. A homofobia é um dos dispositivos de
garantia da ordem heteronormativa.
Por homofobia, entendo toda expressão do ódio, da repulsa, da
injúria, da agressividade e da violência contra os fora da norma
heterossexual. A norma heterossexista que, falsamente pressupõe um
destino nos órgãos sexuais, é uma das expressões mais brutais da
discriminação pelo corpo.
A homofobia mata, segrega e oprime. Causa uma das maiores
inquietações pelo corpo – o de habitar-se sem se reconhecer como
legítimo ao olhar do outro. Uma criança, um adolescente ou jovem
lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual experimenta a solidão.
Não é a toa que a analogia do armário é tão poderosa.
Mas o armário não é só o segredo diante do outro e, talvez, de si
mesmo: é principalmente viver em um próprio corpo embalsamado pelo medo e
pela vergonha. O cadeado do armário está nas mãos dos homófobos; e
tristemente eles podem ser os pais, irmãos, avós, vizinhos, professores
da escola ou da universidade, pessoas que deveriam oferecer o direito à
igualdade. Eles são os legisladores e a mão armada para o controle da
norma heterossexista.
Sob uma perspectiva política, não basta ser humano para ser digno de
luto. Sem o reconhecimento da vida, não há reconhecimento da violência
ou da perda. As vítimas da violência homofóbica não são pessoas
reconhecidas como dignas de luto ou seres com vidas que valem a pena ser
vividas. São assassinados pela repulsa homofóbica, pela fúria dos
homófobos que imaginam que a vida social seria mais rica e justa sem
suas existências.
A homofobia sempre deixa marcas, sejam as feridas no corpo, o cadáver ou as barreiras do reconhecimento.
A superação da homofobia tem desafios imediatos, outros ainda maiores
que, devem ser construídos cotidianamente a partir de uma nova cultura
política que, tenha a liberdade e igualdade sexual como pressuposto
político, ideológico e pratico.
O desafio de estabelecer um Estado laico de fato é um dos que caracterizo como imediato.
Laicidade é um dispositivo jurídico que garante a neutralidade dos
atos oficiais do Estado e das instituições públicas. A laicidade do
Estado tem, pelo menos, dois compromissos éticos e políticos: nenhum
grupo religioso será perseguido e a liberdade de crença será garantida a
todas as pessoas. É pelo dispositivo da laicidade que a pluralidade
religiosa e moral de uma sociedade se anima. Em um Estado laico, há
crentes religiosos e não-crentes religiosos. Há religiões no plural; e
crenças no superlativo. Não falo apenas de religião, mas de crenças
cujas matrizes filosóficas podem ser tão diversas quanto à criatividade
humana.
Destaco que, não há anterioridade do fato religioso à ordem jurídica.
Isso significa que as religiões devem se submeter à ordem jurídica
democrática como todas as outras comunidades, como é o caso, por
exemplo, dos partidos políticos ou dos movimentos sociais
Nem religião, nem o humor – dois espaços onde a tese da liberdade de
expressão é utilizada para justificar discursos abjetos – são campos
livres do respeito dos direitos humanos, nenhum grupo social se localiza
fora do ordenamento jurídico constitucional.
A liberdade de expressão não se confunde com discurso de ódio. O que
há por trás da falsa tese da liberdade de expressão religiosa é um
desrespeito à integridade e à dignidade das pessoas que se apresentam
fora da norma heterossexual. Ao contrário da tese de liberdade de
expressão, descrevo essas práticas e discursos como homofobia.
Religião, ou qualquer outra crença de caráter associativo, não é um
passe livre para a violação dos direitos humanos. É a laicidade do
Estado o que garante que práticas discriminatórias não serão acobertadas
pelo direito à liberdade religiosa: as crenças devem se subordinar aos
princípios da cultura dos direitos humanos – esses últimos, os únicos
universais para a ordem política. Como qualquer outra prática social,
as religiões devem se submeter às regras do político, do justo e da
igualdade. Por isso, não tenho dúvidas em afirmar que não há liberdade
religiosa que autorize a homofobia.
Neste sentido, a escola e a universidade devem ser espaços laicos e
livres de preconceito, prioritários para as ações duradouras de promoção
da igualdade. A educação mira o futuro, além de atuar no presente é
nela que nosso principal esforço para a igualdade sexual precisa estar.
Para a superação da homofobia, a educação tem que se dar em um espaço
que promova valores compartilhados para a cidadania e rompa as amarras
da resistência homofóbica e heteronormativa que ronda as ações de
igualdade sexual. A homofobia está nas escolas, assim como na Avenida
Paulista ou nas igrejas.
A liberdade sexual é um valor fundamental à ordem jurídica e por isso
deve estar traduzida em ações e iniciativas pedagógicas. Educação
sexual livre de preconceitos é uma delas.
No dia que em luta, aludimos o combate à homofobia, desafiemo-nos a
construir uma nova cultura política, uma sociedade libertária,
solidária, multi-étnica e com liberdade e igualdade sexual. Que as
crenças, o ódio, a repulsa, o preconceito e a discriminação não refugiem
nossos jovens, não matem nossos amigos, não nos torne cada vez mais
desiguais.
*Amanda Jaqueline Teixeira Militante da Democracia Socialista
Fala Tu!!!! Dilma e a Comissão da Verdade
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Dilma chora durante discurso sobre Comissão da Verdade
O Brasil merece a verdade. Grande conquista do Governo Dilma e da sociedade brasileira.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
CARTA DO RIO DE JANEIRO
Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Miséria pela ótica do Movimento Negro
Reunidos no seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da
Pobreza pela ótica do Movimento Negro”, preparatório para a Conferência
Rio + 20, realizado nos dias 28 e 29 de abril no Rio de Janeiro, nós do
Movimento Negro brasileiro declaramos que envidaremos todos os esforços
necessários em defesa do povo negro, dos povos indígenas e dos povos
vítimas do racismo, discriminação racial, xenofobia e diversas formas de
opressão e intolerâncias.
Uma síntese dos
indicadores sociais produzidos por diversas agências de pesquisas como a
Fundação Instituto Brasileiras de Geografia Estatística (IBGE),
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Organização das Nações
Unidas (ONU) dentre outras, nos permite afirmar que nos últimos 10 anos,
quase 22 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza extrema,
graças aos programas sociais do governo. Hoje, no Brasil, 20% das
famílias vivem de programas de transferência de renda através dos
recursos públicos como aposentadorias, “bolsa família” e assistência
social.
No entanto, cabe considerar que a população
brasileira extremamente pobre, ou seja, aquela que sobrevive com menos
de um dólar por dia, é estimada em 16 milhões de habitantes, dos quais
9,6 milhões ou 59% estão concentrados no Nordeste. Do total de
brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em
extrema pobreza (4,1 milhões de pessoas ou 25,5%). 51% têm até 19 anos
de idade. 53% dos domicílios não estão ligados a rede geral de esgoto
pluvial ou fossa séptica. 48% dos domicílios rurais em extrema pobreza
não estão ligados a rede geral de distribuição de água e não tem poço ou
nascente na propriedade. 71% são negros (pretos e pardos). 26% dos que
tem 15 anos ou mais, ou seja, 4 milhões são analfabetos.
A realidade vivida pelas comunidades quilombolas no Brasil e pelas
comunidades religiosas de matriz africanas e pela maioria negra, não
parece ser muito diferente da época do Brasil escravocrata. É diante
desse quadro, que o Movimento Negro brasileiro realizou o Seminário
“Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, nos dias 28 e 29
de abril, com o objetivo de preparar a militância negra para participar
da Cúpula dos Povos, na Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que será realizada em junho de
2012, na cidade do Rio de Janeiro.
Entendemos que o
agravamento das questões ambientais tem atingido significativamente as
comunidades negras, submetendo-as a um quadro de injustiça ambiental
alarmante.
Em quase todos os indicadores econômicos e
sociais, observamos a ampliação do abismo social entre negros e brancos
com relação a emprego, renda, escolaridade, acesso à justiça, poder. O
drama social acomete com maior gravidade a população negra, que habita
as favelas e periferias desestruturadas, torna-se presa fácil da
criminalidade, assiste seus jovens serem mortos pela violência urbana e
nega oportunidades de mobilidade social.
Cerca de
50 mil brasileiros são assassinados por ano. Contudo, essa violência se
distribuiu de forma desigual: as vítimas são, sobretudo, jovens negros
do sexo masculino, entre 15 e 24 anos. O Índice de Homicídio na
Adolescência (IHA) evidencia que a probabilidade de ser vítima de
homicídio é mais do dobro para os negros em comparação com os brancos.
Temos assistido um silencioso massacre dos quilombolas pelas empresas
construtoras de hidrelétricas, grandes proprietários de terras,
latifundiários que roubaram as terras dos povos indígenas e dos
quilombolas e mineradoras que cada dia mais avança suas minas sobre os
territórios quilombolas e envenenam as terras com pilhas de rejeitos e
resíduos tóxicos. O terror do racismo no espaço rural se agrava ainda
mais com quilombolas sendo ameaçados de morte, comunidades sendo
manipuladas para assinarem documentação de venda ou cessão de terras com
o beneplácito das polícias estaduais.
O capitalismo
é o grande responsável pelas crises econômica, alimentar e ambiental. O
modelo de produção e consumo capitalista é incompatível com a
preservação ambiental, como o uso coletivo das riquezas naturais e com a
justiça social.
Os verdadeiros responsáveis pela
devastação das florestas, pela poluição dos rios, mares, pela degradação
dos biomas e insustentabilidade urbana em todo planeta são os países
imperialistas e colonialistas, por isso afirmamos que os nossos povos
não são responsáveis por tamanha espoliação dos seres humanos e da
natureza. Não apoiamos o principio da responsabilidade comum, pois cabe
aos países ricos o principal ônus da preservação. São nos países pobres e
em desenvolvimento que encontramos a maioria dos povos vítimas da
degradação ambiental, vítimas do racismo ambiental.
O
Movimento Negro brasileiro compreende os quilombos como verdadeiros
territórios de resguardo da biodiversidade, como verdadeiras escolas de
diversidade cultural. No diálogo do Movimento Negro com povos e
comunidades tradicionais de matriz africana, fica cada vez mais
fortalecida de a idéia de que nós não somos responsáveis pela crise
ecológica, pela pré-agonia dos nossos ecossistemas como a Amazônia e o
Cerrado ou que restou da nossa Mata Atlântica.
Muito
pelo contrário, o nosso ponto de partida é a cosmovisão de mundo
negro-africana que tanto para as comunidades quilombolas quanto para os
povos e comunidades tradicionais de matriz africana, a terra é concebida
como território de reprodução cultural vivo, e portanto sagrado, ao
contrario da lógica dos tecnocratas eurocêntricos , que vê a natureza
apenas como fator de produção e lucro, matéria prima morta e os seres
humanos como mercadoria e objetos de descarte.
É com
a perspectiva de perceber a biodiversidade como um direito é que o
Movimento o Negro buscará ampliar o debate no campo da ecologia política
e dos direitos étnico raciais, onde diversas temáticas como o
desenvolvimento sustentável, racismo ambiental, justiça e ética
ambiental se interpenetram.
No centro das nossas
reflexões impõe-se a critica a denominada “economia verde”, cujo eixo
principal tem sido a mercantilização da natureza por parte do Capital. A
adoção de políticas como: sequestro de carbono, privatizações das
águas, do subsolo, fazem parte das estratégias de venda de bem público,
que são os elementos da natureza, como “serviços” que são passíveis de
privatização.
Consideramos que a “economia verde” é
uma falsa saída para a crise ambiental e ecológica, porque os países
ricos para não abrirem mão de sua qualidade de vida e consumo propõe
implicitamente um desenvolvimento sustentável aos pobres, que na prática
transforma o principio ecológico da sustentabilidade em merchandising, e
transforma os recursos da natureza e os direitos dos povos em
mercadorias, e assim mantém a desigualdade na posse e uso das riquezas
naturais.
O Movimento Negro não concorda com isso.
Lembremo-nos da África do Sul nos tempos do Apartheid onde a água era
dos brancos e não um bem público. Portanto, vamos intensificar o
diálogo com a nossa população para a importância da Cúpula dos Povos na
Rio + 20 e a articulação com os povos indígenas e os movimentos sociais,
buscando a construção de pontes e pontos de convergência.
Exigimos que o Estado brasileiro utilize sua influência política na
Conferência Rio + 20 em defesa dos povos e nações pobres e em
desenvolvimento, que defenda sua população vítima da ganância da elite
capitalista brasileira e dos conflitos ambientais, destacadamente, as
comunidades quilombolas, as comunidades religiosas de matriz africana,
as comunidades tradicionais e das periferias dos grandes centros
urbanos.
Enquanto militantes e cidadãos, não
podemos, e não vamos permitir que o racismo nos submeta a violência
simbólica e física, e que inclusive destrua o nosso legado ancestral e
espiritual africano. Esse legado é libertário, ecológico e sagrado. A
nossa emancipação é a tomada da consciência negra, dos nossos direitos
enquanto sujeitos de nossa história, cuidadores do planeta Terra.
Rio de Janeiro, 29 de abril de 2012.
MNU – Movimento Negro Unificado
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira
AMNB - Articulação de Mulheres Negras Brasileiras
FÓRUN NACIONAL DE MULHERES NEGRAS
CEAP – Centro de Articulação de Populações marginalizadas – RJ
ENEGRECER – Coletivo Nacional de Juventude Negra
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade.
CONAQ- Coordenação Nacional de Quilombos
CNAB - Congresso Nacional Afro-Brasileiro
CIRCULO PALMARINO
REDE AMAZÔNIA NEGRA
ANCEABRA – Associação Nacional de Empresários Afro Brasileiros
CONAMI- Conselho Nacional de Mulheres Indígenas
APNS - Agentes de Pastoral Negro
SOWETO – Organização Negra - SP
SECRETARIA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO DA CUT
INTECAB – Instituto da Tradição e Cultura Afro-Brasileira
MONER
OFARERE MOVIMENTO AFRORELIGIOSO
Omokorins do Ilê de Oxaguian - MG
IPAC - Incubadora Afro Brasileira – RJ
AFRO BRASIL
CEDINE – Conselho Estadual de Direitos do Negro - RJ
INSTITUTO DO NEGRO PADRE BATISTA
ASCEB
MAMATERRA
BAZAFRO
CRIAR
REDE ALIMENTAÇÃO ECOSOL – BAHIA
CONAM NACÃO BLACK
GAICUNE - RJ
TJ NEGRO
COJIRA – RIO
NEGRA SIM
FENAFAL
ASHOGUN
NUCLEO DE COMUNIDADES NEGRAS DE OSACO
CEN - COLETIVO DE ENTIDADES NEGRAS
IGERE – MG
DANDARA MULHERES DO CERRADO
SINTERGIA – RJ
quinta-feira, 3 de maio de 2012
O PT e a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo
*Ivonei Pires
Desde que foi criada, a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT (SNCRPT) cumpre um papel decisivo de diálogo com os movimentos sociais para direcionar e influenciar na instância partidária as questões centrais sobre promoção da igualdade e combate ao racismo no País.
Desde que foi criada, a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT (SNCRPT) cumpre um papel decisivo de diálogo com os movimentos sociais para direcionar e influenciar na instância partidária as questões centrais sobre promoção da igualdade e combate ao racismo no País.
Ainda
hoje, inegavelmente, é um tema que atinge a classe trabalhadora, como
se consagrasse o encontro histórico da construção do Movimento Negro no
Brasil e o nascimento do Partido dos Trabalhadores. A grande
efervescência dos anos 70 descambou em marcos de luta na organização
sindical, dos trabalhadores, da cidadania, da democracia e das chamadas
‘minorias’.
Enquanto
iniciavam os debates sobre a fundação de um partido que tivesse ampla
participação dos movimentos sociais e dos trabalhadores e trabalhadoras,
os negros atiçavam na Bahia a fundação do Bloco Afro Ilê Aiyê e, no
País, a criação do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação
Racial, entre outras ações.
Desde
seu surgimento, o PT tem sangue e suor da militância negra, com toda
diversidade das organizações do movimento negro. Esse é um patrimônio
nosso: a despeito dos debates e disputas programáticas das denominações,
conseguimos incorporar ao programa do PT ações e formulações que faziam
parte da luta política comum a todos do movimento.
O
objetivo da nossa SNCRPT deve ser ajudar os coletivos estaduais,
construindo intervenções propositivas e, com base em dados concretos,
fortalecer e retomar seu protagonismo interno no PT para dar
centralidade nas formulações em defesa de um Brasil onde mulheres e
homens negros acessem políticas públicas, direitos, serviços e o poder.
Decerto
que louvamos os avanços alcançados pelos governos do PT, sobretudo o
resgate da dívida social, com divisão de renda, ascensão da classe
trabalhadora, participação popular, acesso à educação e expansão da
participação da população negra na universidade, além de oferta de
serviços que são direitos essenciais, como a chegada de água e energia
elétrica onde antes se convivia com a seca e a escuridão.
Contudo,
o povo Negro continua sofrendo com a iniquidade no sistema de saúde e
no mercado de trabalho; a mulher negra ainda é subjugada duplamente por
uma sociedade machista e branca; a juventude negra segue exposta à
cooptação pelo tráfico de drogas ou ao extermínio imposto por milícias
clandestinas nos grandes centros urbanos.
O
racismo está na nossa sociedade entranhado em normas, práticas e
comportamentos. Aprofundar esses debates no PT é fundamental para
alcançarmos mais vitórias para o povo Negro e intensificarmos a
formulação das políticas afirmativas em nosso país.
O
debate racial no Brasil precisa do PT. Precisamos de uma movimentação
que inclua e identifique os avanços, sem negar alterações crucias pelas
quais o País precisa passar. Construir um partido nos marcos do
feminismo, da luta anti-homofobia e do combate ao racismo requer debate,
formação e muita persistência.
*Ivonei Pires é Bacharel em Direito, Assessor da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Assemleia Legislativa da Bahia e ex Secretário Estadual de Combate ao Racismo do PT\BA.
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