Após as vitórias conquistadas no IV Congresso do PT, a juventude do partido se prepara para seu II Congresso. É preciso neste momento fazer um balanço da primeira gestão da JPT, sem o status de mero setorial, e apontar para os desafios da próxima gestão.
Acompanhe a seguir a segunda e última parte da entrevista de Joanna Paroli, sobre o II Congresso da JPT.
Blog Avante!: No último congresso do PT a juventude conquistou algumas importantes vitórias, como a garantia da presença de pelo menos 20% de jovens nas direções do partido e a formalização, no Estatuto, da JPT como instância partidária e não mais um setorial. Qual o impacto que essas medidas terão no dia-a-dia da juventude petista?
Joanna Paroli: Em primeiro lugar, é muito importante o reconhecimento da dimensão estratégica que é a juventude, para o PT e o sucesso do nosso projeto no Brasil. Internamente, precisamos cada vez mais de um Partido democrático e militante, e de uma juventude mais fortalecida para disputar seus rumos. O IV Congresso acenou muito fortemente para a renovação como necessidade na nossa organização partidária. Não só os 20% de jovens, mas também a paridade entre homens e mulheres nos espaços de direção caminha nesse sentido. E a formalização, no Estatuto, do entendimento da JPT como instância e a importância de valorizá-la política e materialmente, abre muitas possibilidades para os próximos anos.
A!: Apesar da mudança oficial no Estatuto ter acontecido só este ano, na prática a última gestão da JPT já funcionou sem o status de mero setorial. Que balanço você faz desta primeira gestão? O que fazer para melhorar?
JP: Apontamos algumas avaliações na nossa Tese. De forma geral, é difícil fazer um balanço pleno antes dos Congressos Estaduais, que devem acontecer em outubro, na maioria dos estados. Mas a compreensão geral no período que antecedeu o 1° Congresso era o de que o modelo setorial era incapaz de dar resposta às demandas e desafios da juventude e do Partido. Precisamos instituir direções municipais que capilarizem as discussões encaminhadas na instância nacional e estadual e dê vida ativa à nossa juventude. Nessa gestão, tivemos bons momentos de mobilização, como a Caravana Nacional nas eleições de 2008 e o Encontro Nacional em 2010. Entretanto, no conjunto das atividades, acumulamos pouco para a construção política da JPT. Para além do modelo organizativo, é preciso pensar uma diretriz política que organize a próxima gestão e faça o diálogo com os estados e municípios.
A!: No I Congresso, a juventude trabalhadora foi considerada como prioridade para a organização da JPT. Qual balanço que você faz da atuação da JPT nesta frente e qual é o caminho para a realização de um debate efetivo com esses jovens?
JP: A temática da juventude ocupa cada vez mais espaço nas discussões acadêmicas e institucionais. Isso é resultado de muito convencimento orquestrado pelas entidades juvenis e, em especial, pelo PT. O debate da juventude trabalhadora também teve um alcance gradativo. Na CUT, por exemplo, foi só a partir de 2007 que se definiu uma pauta concreta de reivindicação. Para esse segmento, em específico, acredito que o maior dilema seja o de conciliar o tempo de trabalho e estudo. É preciso mais políticas públicas que valorizem o direito ao tempo livre e acesso ao lazer e bens culturais para as juventudes. Em paralelo, é necessário fortalecer a agenda do trabalho decente, combatendo mecanismos de precarização e flexibilização das relações de trabalho que afetam duramente a vida dos jovens. Deve ser assegurado o direito ao acesso e permanência na sala de aula, no Ensino Médio e Superior, evitando a entrada precoce do/da jovem no mundo do trabalho. Essa foi uma pauta importante no I Congresso da JPT e que se mantêm neste II Congresso.
A!: Quais serão os principais debates deste II Congresso da JPT?
JP: O II Congresso da JPT acontecerá num ano de muitas agendas das lutas juvenis. Os Congressos da UNE e UBES, II Festival das Juventudes de Fortaleza e a II Conferência Nacional de Juventude foram e serão terrenos fundamentais para a disputa, consolidação e avanço das PPJ’s. O nosso Congresso precisa, além de acumular em temas mais gerais, como a Reforma Política e a questão agrária, pensar numa intervenção pra dentro. É importante formular uma política que conduza a organização de base da JPT, pautada no fortalecimento do processo de formação dos filiados e militantes juvenis e da importância da discussão feminista no interior da nossa juventude. Somado a isso, penso que a juventude deve ser o setor de vanguarda no PT, articulando pautas que dialogam com a dimensão das liberdades individuais, com o respeito à diversidade como estruturante das relações sociais, como a luta pela legalização do aborto e autonomia das mulheres. Para isso, é preciso sair do II Congresso com uma campanha pública, que em nossa opinião deve ter o mote dos “Direitos da Juventude”, que cumpra o papel de mobilizar a juventude petista militante e disputar os valores do conjunto da juventude brasileira.
Acompanhe a seguir a segunda e última parte da entrevista de Joanna Paroli, sobre o II Congresso da JPT.
Blog Avante!: No último congresso do PT a juventude conquistou algumas importantes vitórias, como a garantia da presença de pelo menos 20% de jovens nas direções do partido e a formalização, no Estatuto, da JPT como instância partidária e não mais um setorial. Qual o impacto que essas medidas terão no dia-a-dia da juventude petista?
Joanna Paroli: Em primeiro lugar, é muito importante o reconhecimento da dimensão estratégica que é a juventude, para o PT e o sucesso do nosso projeto no Brasil. Internamente, precisamos cada vez mais de um Partido democrático e militante, e de uma juventude mais fortalecida para disputar seus rumos. O IV Congresso acenou muito fortemente para a renovação como necessidade na nossa organização partidária. Não só os 20% de jovens, mas também a paridade entre homens e mulheres nos espaços de direção caminha nesse sentido. E a formalização, no Estatuto, do entendimento da JPT como instância e a importância de valorizá-la política e materialmente, abre muitas possibilidades para os próximos anos.
A!: Apesar da mudança oficial no Estatuto ter acontecido só este ano, na prática a última gestão da JPT já funcionou sem o status de mero setorial. Que balanço você faz desta primeira gestão? O que fazer para melhorar?
JP: Apontamos algumas avaliações na nossa Tese. De forma geral, é difícil fazer um balanço pleno antes dos Congressos Estaduais, que devem acontecer em outubro, na maioria dos estados. Mas a compreensão geral no período que antecedeu o 1° Congresso era o de que o modelo setorial era incapaz de dar resposta às demandas e desafios da juventude e do Partido. Precisamos instituir direções municipais que capilarizem as discussões encaminhadas na instância nacional e estadual e dê vida ativa à nossa juventude. Nessa gestão, tivemos bons momentos de mobilização, como a Caravana Nacional nas eleições de 2008 e o Encontro Nacional em 2010. Entretanto, no conjunto das atividades, acumulamos pouco para a construção política da JPT. Para além do modelo organizativo, é preciso pensar uma diretriz política que organize a próxima gestão e faça o diálogo com os estados e municípios.
A!: No I Congresso, a juventude trabalhadora foi considerada como prioridade para a organização da JPT. Qual balanço que você faz da atuação da JPT nesta frente e qual é o caminho para a realização de um debate efetivo com esses jovens?
JP: A temática da juventude ocupa cada vez mais espaço nas discussões acadêmicas e institucionais. Isso é resultado de muito convencimento orquestrado pelas entidades juvenis e, em especial, pelo PT. O debate da juventude trabalhadora também teve um alcance gradativo. Na CUT, por exemplo, foi só a partir de 2007 que se definiu uma pauta concreta de reivindicação. Para esse segmento, em específico, acredito que o maior dilema seja o de conciliar o tempo de trabalho e estudo. É preciso mais políticas públicas que valorizem o direito ao tempo livre e acesso ao lazer e bens culturais para as juventudes. Em paralelo, é necessário fortalecer a agenda do trabalho decente, combatendo mecanismos de precarização e flexibilização das relações de trabalho que afetam duramente a vida dos jovens. Deve ser assegurado o direito ao acesso e permanência na sala de aula, no Ensino Médio e Superior, evitando a entrada precoce do/da jovem no mundo do trabalho. Essa foi uma pauta importante no I Congresso da JPT e que se mantêm neste II Congresso.
A!: Quais serão os principais debates deste II Congresso da JPT?
JP: O II Congresso da JPT acontecerá num ano de muitas agendas das lutas juvenis. Os Congressos da UNE e UBES, II Festival das Juventudes de Fortaleza e a II Conferência Nacional de Juventude foram e serão terrenos fundamentais para a disputa, consolidação e avanço das PPJ’s. O nosso Congresso precisa, além de acumular em temas mais gerais, como a Reforma Política e a questão agrária, pensar numa intervenção pra dentro. É importante formular uma política que conduza a organização de base da JPT, pautada no fortalecimento do processo de formação dos filiados e militantes juvenis e da importância da discussão feminista no interior da nossa juventude. Somado a isso, penso que a juventude deve ser o setor de vanguarda no PT, articulando pautas que dialogam com a dimensão das liberdades individuais, com o respeito à diversidade como estruturante das relações sociais, como a luta pela legalização do aborto e autonomia das mulheres. Para isso, é preciso sair do II Congresso com uma campanha pública, que em nossa opinião deve ter o mote dos “Direitos da Juventude”, que cumpra o papel de mobilizar a juventude petista militante e disputar os valores do conjunto da juventude brasileira.
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