quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Um congresso a favor da democracia e do socialismo

*Carlos Henrique Árabe


Depois de refletir algumas horas sobre qual a melhor caracterização do nosso maravilhoso 4º Congresso/Reforma estatutária, penso que esse título é o que dá mais sentido ao que fizemos no último fim de semana.

Por que pela democracia?

Porque TODAS as mudanças estatutárias apontam para maior participação de base, para a democracia participativa no PT. Destaco, por óbvio, os avanços e o sentido dessas novas definições para as relações do partido com a sociedade, em especial a manifestação pela sua autonomia organizativa e econômica. Mais do que isso: avançamos para uma democracia com mais igualdade de condições em todos os aspectos, com as inovadoras e radicais medidas de paridade de gênero, critério étnico-racial e para tornar o partido mais jovem aos seus quase 33 anos. Essa é a leitura das novas e fundamentais definições sobre a relação do partido com suas filiadas/os (agora a primeira letra do alfabeto vem, como é de direito, antes!).

Devemos ressaltar algo há muito tempo ansiado: a autoria coletiva. Mais do que uma vitória da comissão do estatuto ou de uma tendência ou setor do partido, a vitória está assinada pelas delegadas e delegados militantes do Partido dos Trabalhadores!

Porque pelo socialismo?

Se todos os avanços democráticos marcados pela participação direta e pela igualdade são triunfos do socialismo, mais ainda se eles podem ser associados a um avanço programático socialista. E isso foi o que também aconteceu com a resolução política aprovada. Síntese de várias contribuições, ela também foi reconhecida como autoria coletiva. Aos que viram contradição entre as votações do estatuto e as da resolução política, diria que entre esses dois momentos há mais identidade que diferença. A resolução retoma claramente uma perspectiva estratégica socialista resgatando o melhor da nossa tradição: síntese, afirmação do papel da classe trabalhadora, tratar as conquistas do presente em perspectiva transformadora e apresentar novos desafios.

Por isso, não tenho qualquer receio de afirmar que o 4º Congresso avançou no sentido da democracia socialista. Não refiro ao nome da minha tendência, refiro a um conceito fundamental que organiza nossa utopia. Por certo a tendência que busco representar e a mensagem da qual participamos devem estar, com justa razão, felizes. Mas estarão muito mais reconhecendo que o que existiu de mais a esquerda nesse congresso foram as delegadas e delegados militantes do Partido dos Trabalhadores, a quem devemos essas conquistas fundamentais!


*Carlos Henrique Árabe é Secretário Nacional de Formação Política do PT.

Nenhum comentário:

Postar um comentário