Tava no escritório da CUT-RJ em setembro de 2009, momentos antes de embarcar para Salvador, indo participar do I Seminário do Coletivo Enegrecer (Juventude Negra da Democracia Socialista), quando o amigo e atual Diretor de Relações Internacionais da UNE, Daniel Gaspar, falou-me que os militantes da Kizomba na UNE, tinham conseguido aprovar com sucesso na 1ª reunião do corpo de diretores da UNE a campanha que tinha como meta garantir que 50% do Fundo Social gerado pelos royalties da camada do Pré-Sal fossem destinados para a Educação Superior e Básica; com o entendimento de que o SETOR ocupa papel estratégico para o desenvolvimento do Estado brasileiro, no que se refere tanto às áreas econômica e social.
Achei a ideia fascinante, porém com uma probabilidade muito difícil de aceitação por parte do Poder Público Legislativo Federal aliada a pouca inserção da defesa de um projeto educacional dentro de alguns movimentos instituicionalizados nas principais cidades e regiões da federação que têm parte de sua economia fortalecida pelos royalties gerados pelo petróleo e gás (Comitês Regionais em defesa do Petróleo e Gás). Mesmo assim, apostei minhas fichas na capacidade de mobilização da companheirada atuante no Movimento Estudantil espalhada por todos os cantos do país.
Sorte a minha!!! Apostei certo!!!
Parabéns às entidades que estiveram envolvidas no debate, garantindo mais uma vitória para o POVO BRASILEIRO, na construção de um modelo de transformação da sociedade, tornando-a uma sociedade mais justa e solidária.
Kizomba, UNE, UBES e ANPG!!! O Brasil agradece a Luta incessante de vcs.
Vou tentar uma entrevista completa com detalhes da campanha com um dos nossos diretores na UNE para postar aqui no blog.
Aguardem para a próxima semana entrevista com Tiago Ventura, Vice Presidente da UNE, e/ou Daniel Gaspar, Diretor de relações Internacionais da UNE.
Segue abaixo, texto publicado no blog da Carol Bernardo, militante do PT e da Kizomba no Pará, falando sobre a aprovação dos 50% do Pré-Sal para a Educação.
*Caroline Bernardo
A quinta-feira já pensava em amanhecer na África do Sul, o país da Copa, na véspera da festa de abertura do maior evento esportivo do mundo. No Brasil, os estudantes acompanhavam atentos, como a um jogo da seleção, a votação no plenário do Senado Federal que adentrou a madrugada. Por volta das 3h da manhã do dia 10 de junho de 2010, após mais de 11 horas de discussões, os senadores aprovaram -por 38 votos favoráveis, 31 contrários e uma abstenção- a criação do Fundo Social do Pré-sal. O gol, de placa, que entrou para a história, veio com a aprovação da “emenda da UNE”, que determina que 50% dos recursos deste Fundo sejam destinados exclusivamente ao financiamento da educação pública superior e básica, área considerada pela entidade como estratégica para o desenvolvimento do país.
A vitória histórica dos estudantes foi fruto de ampla mobilização da UNE, UBES e ANPG. Desde o início da semana, diretores das entidades provocaram intenso corpo a corpo junto aos parlamentares com objetivo de pressionar e cobrar o comprometimento de cada um com a educação brasileira. As entidades criticaram veementemente por meio de nota oficial o primeiro relatório divulgado na terça-feira, que descaracteriza o objetivo do Fundo Social ao propor que os recursos deveriam ser destinados a diversas áreas, sem dizer claramente qual a prioridade.
Durante toda a quarta-feira, os estudantes realizaram uma Blitz no Congresso Nacional para reverter a redação do projeto e garantir os 50%. As entidades desencadearam também uma “guerrilha virtual” por meio das redes sociais. Milhares de mensagens foram enviadas para todos os senadores via twitter, o que gerou o compromisso público de muitos deles com a votação favorável à emenda.
O presidente da UNE, que ficou até o fim da votação desta madrugada no Senado Federal conversando com os parlamentares sobre a importância dos 50% para a educação, celebra a vitória como uma conquista de todo o povo brasileiro. Para ele, a vitória não é apenas desta geração. “Fiz questão de ficar até o último minuto da votação. Conversei com cada parlamentar. Mostrei a importância da nossa emenda para o futuro do nação. Fiquei realmente muito emocionado quando conseguimos a aprovação. É o sonho geracional de transformação do país. Vamos garantir para os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos e toda uma geração de brasileiros e brasileiras um futuro promissor, com uma educação pública, gratuita e de qualidade”, disse. "Agora, vamos lutar da mesma forma e com muito mais mobilização em cada canto do Brasil pela promulgação da emenda".
*Caroline Bernardo é militante do PT e da Kizomba em Belém do Pará.
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